Brasil fica atrás de Arábia Saudita em representação feminina no Parlamento

O Brasil ficou atrás de Arábia Saudita e da Rússia no ranking de representatividade feminina nos parlamentos nacionais dos países do G20. Já México, África do Sul e Argentina contam com maior representação de mulheres do grupo.

O que aconteceu

Dos 594 parlamentares brasileiros em 2022, 89 eram mulheres, o que corresponde a 14,8 % do total. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE com informações da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2022.

Neste ano, 18% dos congressistas brasileiros são mulheres, segundo dados da Câmara dos Deputados e do Senado. O país teve com eleições no ano analisado pela ONU.

O Brasil só tinha mais assentos ocupados por mulheres do que o Japão, em 2022. Entre os integrantes do G20, o país asiático é o que mostra o pior cenário em igualdade de gênero em representação política — 9,6% de mulheres no parlamento.

Arábia Saudita tem 19,8% dos assentos do Parlamento ocupados por mulheres. São 150 integrantes do Conselho Consultivo e, desses, 30 eram mulheres. Historicamente, o país saudita sempre teve fortes restrições à liberdade feminina, incluindo a necessidade de tutela masculina para determinadas atividades.

O modelo governamental na Arábia Saudita é uma monarquia que é auxiliada por um Conselho Consultivo. Chamado de Shura, uma espécie de Parlamento, o conselho é responsável por elaborar leis — é, contudo, sempre subordinado ao rei. O país não é uma democracia.

Na Rússia, 16,2% dos parlamentares eram mulheres em 2022. A Duma Estatal, espécie de Congresso russo, aprovou em 2017 a descriminalização da violência doméstica.

México lidera ranking

O Parlamento mexicano conta com metade das cadeiras ocupadas por mulheres, segundo os dados da ONU. É o membro do G20 que tem melhores resultados proporcionais em representação feminina entre os parlamentares.

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A paridade de gênero no México foi alcançada em 2018. A ampliação da participação de mulheres aconteceu após o país implementar reformas constitucionais.

A vizinha Argentina tem melhores índices de representação feminina no Parlamento que o Brasil. Em 2022, eram 44,9% dos parlamentares mulheres. O país ocupa a terceira posição do ranking divulgado hoje.

Para o levantamento do IBGE, foram consideradas informações de todos os países do G20 em 2022. O G20 é o grupo que reúne as 19 nações mais ricas e influentes do mundo mais a União Europeia e União Africana. O objetivo da cúpula é discutir e buscar soluções para problemas da economia global, crises financeiras, mudanças climáticas e desigualdade social.

Pobreza extrema

O Brasil é o segundo país com maior proporção de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza internacional das nações que integram o G20 e disponibilizaram seus dados. Os dados revelados mostram a disparidade entre os países desenvolvidos e emergentes.

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Só a Índia tem maior proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza que o Brasil entre os dez países do G20 que disponibilizaram informações. O levantamento foi feito pelo IBGE com dados do Banco Mundial, da ONU.

No Brasil, 5,8% da população vivia abaixo da linha da pobreza em 2021, de acordo com o Banco Mundial. Se levar em consideração o Censo de 2022, cerca de 12,4 milhões de brasileiros estavam nessa condição.

Entre os integrantes do G20 que disponibilizaram informações sobre a taxa, a Índia é onde a situação é mais crítica, com 12,9% de sua população vivendo nestas condições. O país tem mais de 1,4 bilhão de habitantes.

Dez países não divulgaram informações sobre pobreza em 2021. São eles: Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Japão, México e Rússia.

Para os critérios do Banco Mundial, vivem abaixo da linha da pobreza pessoas que vivem com menos US$ 2,15 por dia a preços internacionais de 2017.

Confira o ranking:

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  • Índia: 12,9%
  • Brasil: 5,8%
  • Indonésia: 3,5%
  • Argentina: 0,9%
  • Itália: 0,8%
  • Turquia: 0,4%
  • Reino Unido: 0,2%
  • EUA: 0,2%
  • França: 0,1%

Redução da pobreza extrema em 2022

Em 2022, o Brasil registrou um decréscimo na proporção de pobres. De 5,8%, a taxa de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza foi para 3,5%, aproximadamente 7,5 milhões de pessoas.

Índice de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza em 2022 por país do G20:

  • Brasil: 3,5%
  • Indonésia: 2,5%
  • México: 1,2%
  • Argentina: 0,6%

Nem todos os países do G20 disponibilizaram atualizações para o quesito no ano de 2022. Apenas Brasil, Indonésia, México e Argentina tiveram seus dados atualizados.

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Argentina também teve melhora no índice de pessoas abaixo da linha da pobreza. O segundo integrante da América do Sul no G20 viu a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza cair de 0,9% em 2021 para 0,6% em 2022.

França é o país do G20 com melhor índice, apenas 0,1% da sua população vive abaixo da linha da pobreza.

Estados Unidos e Reino Unido também têm menos de 1% de sua população abaixo da linha da pobreza. Maior economia global, os Estados Unidos contam com 0,2% de sua população vivendo nessas condições, mesmo índice do Reino Unido.

Conclusão do ensino médio

Estados Unidos, França e Rússia têm maiores proporções de pessoas com ensino médio completo. Nos EUA, o índice ficou em 94,5 %; já na França, 91,4%; enquanto na Rússia, 90%.

Os dados dizem respeito ao índice de conclusão do ensino médio em 13 países do G20 em 2021. Seis países não tiveram dados revelados.

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México, África do Sul e Argentina são os piores na taxa de conclusão da educação básica. Proporcionalmente, a fatia que concluiu o ensino médio:

  • México: 59,5%
  • África do Sul : 63,2%
  • Argentina: 64,8%

O Brasil está entre os cinco piores. No país, 73,3% da população tem o ensino médio completo. Em 2023, 9,5 milhões de jovens brasileiros não haviam finalizado o ensino básico, segundo o IBGE. Arábia Saudita, Canadá, Coreia do Sul, Índia, Japão e Turquia não tiveram informações divulgadas sobre .

O G20 é o grupo que reúne as 19 nações mais ricas e influentes do mundo mais a União Europeia e União Africana. O objetivo da cúpula é discutir e buscar soluções para problemas da economia global, crises financeiras, mudanças climáticas e desigualdade social.

As informações publicadas fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o G20 - Caderno Desigualdades: Primeiras Análises. O IBGE é órgão parceiro para divulgação de informações da ONU sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na América Latina.

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