Conteúdo publicado há 6 meses

'Não queriam socorrer a vítima', disse testemunha após acidente com Porsche

Câmeras corporais de policiais militares mostraram o relato de testemunhas momentos após o acidente com um Porsche que deixou um motorista de aplicativo morto em São Paulo, em 31 de março.

O que aconteceu

Testemunhas relataram que carro passou em alta velocidade antes de bater. "Pegaram velocidade, deu uma acelerada de uns três segundos e já pegou o outro carro", relatou uma das pessoas que passavam pelo local e pararam para prestar socorro.

Fernando Sastre de Andrade Filho teria tentado deixar local sem falar com PMs. Testemunhas narraram que foi preciso "segurar" o motorista, já que a namorada dele, que passava pela via em outro carro, teria tentado levá-lo para o hospital.

Queria deixar bem claro que eles realmente não queriam socorrer a vítima, só queriam ir embora. Eu acho isso desumano
Testemunha que presenciou acidente com Porsche

A Porsche passou por mim em alta velocidade, muito alta a velocidade. E lá na frente a gente ouviu o barulho da colisão, não sei como foi, porque estava muito escuro. Mas estacionei o carro, abri a porta do motorista acidentado, liguei para a emergência
Testemunha que presenciou o acidente

Motorista foi liberado do local do acidente sem fazer teste do bafômetro. A mãe estava com ele no momento da abordagem policial e alegou que o levaria ao hospital - o que foi permitido pela polícia. Fernando compareceu à delegacia 38 horas depois e foi liberado após depor.

Imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a acidente foram entregues à Justiça após 22 dias. O conteúdo já havia sido solicitado durante as investigações, gerando críticas do delegado Nelson Alves.

Sastre dirigia Porsche 911 Carrera ano 2023, avaliado em R$ 1,3 milhão, segundo a tabela Fipe. Ele já admitiu que dirigia acima da velocidade permitida, mas negou que estivesse alcoolizado — o que é contestado por testemunhas.

Relembre o caso

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Fernando Sastre bateu Porsche contra veículo do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que morreu na hora. O acidente ocorreu no dia 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf.

Carro do empresário estava a mais de 150 km/h. A informação é do Ministério Público. Testemunhas já tinham contado à polícia que Fernando fez uma ultrapassagem em alta velocidade — o limite de velocidade na via é de 50 km/h — perdeu o controle e colidiu com traseira do Sandero.

Sindicância mostrou que houve "falha de procedimento" dos PMs que abordaram o motorista do Porsche. Agentes erraram ao não testar se Fernando estava alcoolizado, disse a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) em nota. Um procedimento foi aberto para responsabilizar os policiais.

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