Motorista de Porsche que matou homem em SP se entrega à polícia e é preso
Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, motorista do Porsche envolvido na colisão que resultou na morte de um homem e deixou outro ferido, em 31 de março, se entregou à polícia na tarde desta segunda (6). Ele era considerado foragido.
O que aconteceu
Fernando foi preso preventivamente ao se entregar na 5ª delegacia seccional (zona leste) três dias após a determinação de sua prisão, na sexta-feira (3). Ele foi submetido ao exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e amanhã será levado para a audiência de custódia no Fórum da Barra Funda.
O empresário passará a noite preso no 31º Distrito Policial, na Vila Carrão, também na zona leste, para onde já foi conduzido. A defesa disse que Fernando está "tranquilo" e que ele "se apresentou espontaneamente" — apesar de a polícia ter tentado prendê-lo no sábado, quando esteve na casa dele no Tatuapé e não o encontrou.
O empresário é réu pelos crimes de lesão corporal gravíssima e homicídio doloso qualificado. Na madrugada de 31 de março, ele chegou a atingir 156 km/h antes de bater contra no Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52, que morreu no local. Marcus Vinicius Rocha, 22, que estava no Porsche, chegou a ser internado na UTI e teve o baço retirado.
A defesa entrou nesta segunda com pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O advogado Jonas Marzagão entende que as medidas cautelares impostas anteriormente — como proibição de contato com testemunhas e suspensão da CNH — são suficientes e classificou a prisão como "desproporcional".
O julgamento do pedido de liberdade na 5ª Turma do STJ foi marcado para as 14h desta terça-feira (7). A defesa argumenta não haver elementos no processo que justifiquem a prisão, que diz ter sido foi motivada por pressão da imprensa. Seu advogado afirmou estar preocupado com a integridade física do empresário e disse que pedirá à Justiça, se a prisão for mantida, que ele seja encaminhado ao presídio de Tremembé, no interior de São Paulo: "Não tem condições de ir para um presídio normal".
Fernando negou ter consumido bebida alcoólica antes da colisão. O empresário afirmou ainda, em entrevista ontem ao Fantástico, que não teve nenhum tratamento privilegiado e foi tratado "como qualquer um" pela Polícia Militar. Apesar da declaração, uma sindicância aberta na corporação apontou que houve "falha de procedimento" dos PMs que abordaram o condutor.
Desembargador determinou prisão sob o argumento de risco de reiteração de condutas. João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, citou ainda relatos de testemunhas de que o motorista do Porsche estava alcoolizado e "não conseguia nem sequer parar em pé.
Justiça havia negado três pedidos de prisão contra o empresário, mas Ministério Público recorreu. O TJ, porém, tornou Andrade Filho réu sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado e lesão corporal gravíssima.
PM liberou motorista
Motorista deixou local sem fazer bafômetro. Vídeos das câmeras corporais de policiais militares mostram que ele tentou deixar a via onde ocorreu o acidente sem falar com os PMs. Depois de passar seus dados aos agentes e dizer que não se lembrava de nada do acidente, ele recebeu permissão dos policias para ir embora. Uma sindicância mostrou que houve "falha de procedimento" dos profissionais.
Mãe disse ao PMs que levaria filho ao hospital, mas foi para casa. Ao longo de toda a conversa gravada pelas câmeras dos PMS, Daniela Cristina de Medeiros Andrade pede para que eles liberem o filho para que ela possa levá-lo ao hospital. No entanto, os dois foram para casa. Ela também foi indiciada por fuga do local do acidente. A defesa da família negou fuga após o acidente e diz que Daniela apenas preservou a integridade física do filho.
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