Risco de desmoronamento ameaça bloqueio na Rota do Sol, em Caxias do Sul

O risco de desmoronamento no Km 158 da BR-435 (Rota do Sol), na região de Vila Seca, em Caxias do Sul, ameaça o abastecimento de água e luz na cidade. Além disso, a Rota do Sol pode ser bloqueada por até 20 dias.

O que aconteceu

As fortes chuvas dos últimos dias atingiram a encosta da Rota do Sol, encharcando o solo e ocasionando rachaduras e deslizamentos. O movimento da terra atingiu o Sistema Marrecas, responsável por 27% do abastecimento de água da cidade, danificando a adutora no local.

As residências que existem na região já foram evacuadas preventivamente. Ontem o Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) conseguiu finalizar os reparos e prevê a normalização do abastecimento de água — afetado desde o início das chuvas — ao longo desta sexta (17). O talude foi coberto por lonas para evitar novos problemas, mas a situação ainda é instável e inspira cautela.

A situação junto ao talude, a Rota do Sol, é muito mais grave, ela transcende Caxias do Sul. Se houver o colapso de uma torre de transmissão, podemos ter um possível blackout em Caxias do Sul
Ângelo Barcarolo, Presidente Substituto do Samae

Alto risco de desmoronamento

Com o clima instável na serra gaúcha, a encosta segue com alto risco de desmoronamento. Segundo Elton Boldo, diretor da Garden Geógrafo, empresa contratada para tratar do tema, a Rota do Sol pode ser interrompida em caso de deslizamento por até 20 dias.

Temos geólogos e especialistas trabalhando nesta situação. É uma situação emergencial de altíssimo risco, não é simples para lidar. É uma área de mais de três hectares, equivalente a mais de três campos de futebol com risco de desmoronamento. A área mais alta, que é onde está a adutora, não só ela que corre risco de cair. É um deslizamento de terra que pode bloquear a Rota do Sol de 15 a 20 dias. Há uma linha de energia ali, se a torre vier a cair, pode ter uma interrupção de energia. É um problema complexo
Elton Boldo, diretor da Garden Geógrafo

A CGT Eletrosul garante que um eventual deslizamento não vai interromper o fornecimento de energia para a região. Segundo a companhia, outras duas linhas de transmissão suportariam um sinistro nesta rede.

A Samae prevê a mudança de local do sistema, transferindo a adutora para o outro lado da rodovia. No entanto, sofre com as condições climáticas para dar início aos trabalhos. A obra tem previsão de conclusão entre 90 e 120 dias.

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