Conteúdo publicado há 1 mês

RS tem 130 prisões em meio à tragédia; maioria em abrigos e áreas afetadas

As forças de segurança do Rio Grande do Sul registraram ao menos 130 prisões em maio — em meio às enchentes que atingem o estado. Além de lidar com o aumento do nível da água, moradores de cidades atingidas relatam insegurança e medo.

O que aconteceu

As 130 prisões foram realizadas entre 2 e 18 de maio, segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública. As ações foram realizadas pelas equipes da Brigada Militar e da Polícia Civil. As chuvas e as inundações atingem municípios gaúchos desde 27 de abril.

O governo gaúcho informou que atua para combater crimes como furtos nas ruas, em comércios e nas casas esvaziadas. Nas áreas alagadas, o patrulhamento das equipes da Brigada Militar é feito com auxílio de botes e barcos. Há mais de 76 mil pessoas em abrigos.

Do total de prisões realizadas, 49 foram em abrigo e 48, por furtos em áreas afetadas pelas cheias, de acordo com a pasta. As demais não foram informadas até o momento.

Tensão durante trabalho voluntário e furto a loja

A voluntária Deise Falci relatou que levou um tiro enquanto realizava um resgaste de animais. "Levamos um tiro de um caseiro quando fomos tentar resgatar gatos no telhado", escreveu ela nas redes sociais. Segundo Deise, o homem pensou que a ação se tratasse de um saque.

Uma empresária chorou ao desabafar sobre o furto de R$ 2 milhões em mercadorias, ocorrido em sua loja, em Arroio do Meio (RS), na quarta-feira (15). Marinez Hauenstein contou que, ao todo, cerca de 20 mil itens que estavam dentro do estabelecimento foram levados — além de computadores, freezer e geladeira.

Como pode ter pessoas tão baixas para fazer isso? Justo quando todos nós todos estávamos passando por dificuldades, de perdas de familiares, entre outras coisas. Até aonde chega o ser humano? Isso é vergonhoso e revoltante.
Marinez Hauenstein, empresária

Policiamento em meio à tragédia

Todo o contingente de equipes está disponível, diz governo. Servidores da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Instituto-Geral de Perícias e do Corpo de Bombeiros Militar estão fazendo o policiamento nas áreas atingidas.

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Apoio às vítimas e seguranças em áreas afetadas. Segundo a pasta, os efetivos se dividem entre salvamento e localização de vítimas, fornecimento de alimentos e de água, segurança de áreas afetadas e abrigos, identificação de vítimas e confecção de documentos de identidade para os desabrigados.

Férias suspensas e convocação de profissionais na reserva. A secretaria informou ainda que foram adotadas medidas adicionais desde a intensificação das chuvas.

No total, atuam hoje no estado 27,5 mil servidores. As forças de segurança gaúchas contam com o apoio da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal, das três Forças Armadas, da Força Nacional e de servidores da segurança pública de todas as 26 unidades federativas.

Em Rio Grande, câmeras térmicas e drones são usados por agentes para monitorar as casas evacuadas por risco de inundação. As equipes também fazem ronda de carros por trechos secos.

Números da tragédia

O estado registrou 155 mortos, 89 desaparecidos, 806 feridos e 463 municípios afetados pelas chuvas. A informação é de boletim da Defesa Civil. No totlal, mais de 2,3 milhões de pessoas foram atingidas. Dessas, 540 mil estão desalojadas e 76,9 mil estão alocadas em abrigos.

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Mais de um terço dos alunos das escolas estaduais ainda estão sem aulas. Segundo o Governo do Rio Grande do Sul, 261.858 estudantes ainda não retornaram à escola — o equivalente a 36% do número total de alunos da rede. Desses, 194 mil ainda não têm previsão de voltar às aulas.

Há 83 trechos de estradas bloqueados parcial ou totalmente. Os problemas atingem 49 estradas, pontes e balsas, segundo o Departamento de Estradas e Rodagem.

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