Homem atingido por aparelho de 150 kg em academia volta a mexer dedos
O homem que ficou paraplégico após ser atingido por um aparelho de musculação em Juazeiro do Norte (CE), voltou a mexer os dedos dos pés nesta semana.
O que aconteceu
Regilânio da Silva, de 42 anos, publicou um vídeo no qual aparece movimentando os dedos dos pés oito meses depois do acidente. O ex-motorista de app tem feito fisioterapia duas horas por dia, cinco vezes na semana, e consegue fazer boa parte das tarefas sozinho.
Mais uma evolução conquistada, que foi mexer os dedos dos pés. Obrigado a todos que me acompanham e torcem pela minha recuperação.
Regilânio Silva, em publicação nas redes sociais
Ele estava sentado de costas para o agachamento hack, quando a estrutura de 150 quilos caiu sobre suas costas. O resultado foi uma lesão na coluna e na medula, deixando-o com menos de 1% de chance de voltar a andar. O acidente ocorreu em agosto do ano passado.
Ao UOL, no mês passado, Regilânio já havia comemorado o fato de conseguir realizar algumas tarefas sozinho. "Toda a reabilitação, graças a Deus, está evoluindo bem. Antes eu não conseguia nem me transferir da cama para cadeira, tinha ajuda de duas pessoas. Agora eu entro e saio do carro sozinho, tomo banho sozinho. E consigo ficar em pé com as botinhas e o andador, dando passadas dentro de casa", avaliou.
Ele deixou claro que ainda espera voltar a andar, e tenta retomar o máximo que consegue da antiga vida. Um exemplo é ir à academia.
Volta à academia
Desde o final do ano passado ele treina em uma rede diferente daquela em que sofreu o acidente, com o auxílio de um professor. No início, teve dificuldade de superar o trauma.
![Regilânio com a família de volta à academia Regilânio com a família de volta à academia](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/c3/2024/04/04/regilanio-com-a-familia-de-volta-a-academia-1712247316474_v2_450x450.jpg)
Eu sempre falava para o pessoal que eu sonhava com isso [voltar à academia], mas quando cheguei me vinha aquele filme na cabeça, tudo de novo, aquela pancada em mim. Eu estava brigando com o medo que estava dentro de mim.
Ele adaptou os exercícios à sua nova realidade e passa longe do agachamento hack, em que sofreu o impacto nas costas. Agora, sonha em levar a paixão pela musculação mais longe ainda.
Estou até pensando em investir, em focar bem na academia, para eu competir nesses campeonatos que têm levantamento de peso.
![Regilânio da Silva, 52, ficou paraplégico depois que aparelho despencou em cima dele, em agosto; agora, ele já recuperou parte da independência Regilânio da Silva, 52, ficou paraplégico depois que aparelho despencou em cima dele, em agosto; agora, ele já recuperou parte da independência](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/ee/2024/04/02/regilanio-da-silva-52-ficou-paraplegico-depois-que-aparelho-despencou-em-cima-dele-em-agosto-agora-ele-ja-recuperou-parte-da-independencia-1712080990392_v2_750x421.png)
Ele faz mais de 10 exercícios ao dia e afirma que não se incomoda com o processo: apesar de a fisioterapia ser desafiadora, as dores quando ele está parado são muito piores.
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Quero receberTem uma dor que estressa: a neuropática. Por exemplo, agora não estou fazendo nada. Aí começa a dor na coxa, na parte exterior, e vai até a sola do pé, como um choque. E, quando chega na sola do pé, começa a queimar. Isso acontece direto, se eu não estiver fazendo nada, se eu estiver fazendo alguma atividade física, eu meio que esqueço.
Já para seguir o tratamento, ele conta com campanhas de arrecadação. Rifas e uma vaquinha foram feitas logo após o incidente.
De início, Regilânio tinha decidido não entrar com um processo contra a academia em que sofreu o acidente, mas acabou mudando de ideia depois que, segundo ele, a 220 Fit passou a publicar conteúdos nas redes sociais culpabilizando o aluno pelo que aconteceu.
Ele afirmou que recorreu à Justiça para provar que a responsabilidade é da academia —e para garantir que outros alunos tenham mais auxílio.
O UOL tentou contato com a 220 Fit, em Juazeiro do Norte. Eles responderam a uma primeira interação, mas não enviaram posicionamento ao serem questionados sobre o processo. Se houver retorno, a matéria será atualizada.
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