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Fisiculturista vira réu por matar a companheira espancada em Goiás

Igor Porto Galvão e Marcela Luise; mulher morreu após ser levada ao hospital pelo companheiro com ferimentos Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

31/05/2024 07h41Atualizada em 31/05/2024 07h41

O fisiculturista Igor Porto Galvão virou réu pelo assassinato da esposa, Marcela Luise de Souza Ferreira, que morreu vítima de espancamento, em Goiás.

O que aconteceu

Denúncia foi oferecida à Justiça pelo Ministério Público. Tanto a denúncia, como o inquérito policial, apontam que no dia 10 de maio, Igor teria agredido Marcela com chutes e socos após uma discussão por motivo banal, causando lesões e traumatismo cranioencefálico, que provocaram a morte dela no hospital em 20 de maio. Depois das agressões e com objetivo de se ver "impune", segundo o MP, Igor deu banho na vítima e, com ela desfalecida, a levou a um hospital afirmando que ela teria sofrido um acidente doméstico.

Promotor apontou que relacionamento do casal foi marcado por agressões físicas, verbais e psicológicas, além de traições por parte de Igor. Na denúncia, o promotor Milton Marcolino dos Santos Júnior relatou que a vítima e o agora réu tinham uma união estável há 9 anos e têm uma filha de 5 anos. O MP também pediu a fixação de valores para reparação de danos causados.

Juiz Leonardo Fleury Curado Dias aceitou a denúncia contra Igor por homicídio qualificado na quarta-feira (29). As qualificadoras indicadas pelo MP e aceitas pela Justiça foram de motivo fútil, com emprego de meio cruel e que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio, combinado com artigos da Lei Maria da Penha.

A defesa de Igor tem até 10 dias para responder à acusação em juízo. Nesta resposta, a defesa poderá oferecer documentos, especificar provas pretendidas e listar possíveis testemunhas.

O UOL tenta contato com a defesa de Igor, e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Igor levou Marcela ao hospital em Aparecida de Goiânia alegando que ela caiu da própria altura, informou a Polícia Civil. O socorro foi registrado em 10 de maio e a vítima chegou à unidade de saúde com a clavícula e oito costelas quebradas, além de traumatismo craniano e vários machucados. Ela passou 10 dias em coma antes de morrer.

Imagens de câmeras de segurança, cedidas pela Polícia Civil, mostram o momento em que Galvão chega ao hospital com Marcela. A mulher está desacordada e o suspeito pede ajuda para os funcionários. Ele e um enfermeiro tiram a vítima do carro, que está com os braços cobertos.

O fisiculturista teria dito aos médicos que a esposa sofreu uma queda em casa. Segundo a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, porém, as lesões encontradas no corpo da vítima são incompatíveis com uma queda da própria altura.

Galvão tem um histórico de violência doméstica contra uma ex-namorada e a atual companheira. Marcela registrou um boletim de ocorrência contra o fisiculturista em 2020 e conseguiu uma medida protetiva, mas a decisão foi suspensa porque o casal reatou o relacionamento.

Ao UOL, a mãe de Marcela disse que a mulher parou de sorrir e de compartilhar momentos com os amigos. Segundo a arquiteta Cida Freitas, 54, Igor também teria convencido a companheira a se mudar de Brasília para Goiânia, com o objetivo de afastar Marcela da família.

Nas redes sociais, ele se apresentava como nutricionista e coach fitness. O perfil dele, com mais de 12 mil seguidores, foi fechado após Marcela ter sido levada ao hospital.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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