Jovem atacada com soda cáustica nega rixa com agressora: 'Foi inesperado'

A jovem Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, que foi atacada com soda cáustica, negou ter rixas com a mulher que confessou ter cometido o crime, ocorrido em Jacarezinho, no interior do Paraná.

O que aconteceu

Vítima fala em susto e diz que nunca conversou com a agressora. Isabelly relatou que foi inesperado o ataque com a soda cáustica e que a ação, definida por ela como "maldade", foi "sem justificativa". Ela destacou ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes) que ficou 12 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em tratamento após o episódio. Apontada como autora do ataque, Débora Custódio está presa preventivamente (por tempo indeterminado) no Paraná.

Isabelly declarou não entender o motivo para a agressão. A vítima ainda contou que estava "perdida" e que só soube quem a atacou ao assistir a uma reportagem na televisão após acordar na UTI: "Eu não tinha desavença com ninguém". À polícia, Débora confirmou a autoria do crime e contou que atacou Isabelly porque a vítima teria se relacionado com um ex-namorado dela.

Não tinha diferença nenhuma com ela [Débora]. Tanto é que eu nunca dirigi a palavra a ela, nunca conversei com ela, e não entendi o motivo. Muitas pessoas dizem que foi por ciúmes, um ciúmes que hoje eu vejo que é desnecessário por causa de um relacionamento que já não existia fazia tempo.
Isabelly Aparecida, em relato

Jovem ferida disse que não ingeriu toda soda cáustica no ataque, mas que sua boca foi muito danificada. Agora, ela não corre mais risco de morte, está fazendo tratamento e tomando antibióticos. "Não vou ficar com sequelas. Só na região do peito mesmo que ficou bem queimado, manchado, e a boca ainda que está bem machucada por dentro", finalizou. Ela agradeceu às redes de orações para que ela melhorasse.

Relembre o caso

Diligências foram feitas com ajuda de imagens de câmeras de segurança. Imagens do dia 22 de maio mostram Isabelly na rua após sair da academia. Ela é atacada por uma pessoa usando uma peruca loira.

Um dia após o crime, familiares da suspeita prestaram queixa sobre o desaparecimento dela. "Relataram que ela tinha desaparecido, não retornava para casa desde o dia dos fatos, que não era comum, porque ela era muito zelosa com os filhos", explicou a delegada Caroline Fernandes.

Buscas na casa da suspeita. No local, a polícia encontrou as roupas e a peruca usadas no dia do crime. "A avó [da suspeita] foi questionada e disse que tinha duas perucas em casa. Mas notou que uma havia sido levada pela neta, justamente na manhã que antecedeu o crime".

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Mulher estava escondida em matagal desde o dia do crime. A Polícia Militar disse que ela foi encontrada após pedir socorro no pátio de um hotel do município e apresentou uma história incoerente, contando aos militares que era perseguida por homens.

Suspeita disse aos policiais que substância jogada na vítima era mistura de soda cáustica com água. Ela apontou aos policiais onde comprou a substância.

MP ofereceu denúncia contra Débora Custódio por tentativa de homicídio qualificado. As qualificadoras foram por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo fútil (ciúmes), emprego de meio cruel e feminicídio (crime praticado conta mulher por razões da condição do sexo feminino).

Os advogados de Débora consideraram que a representação é "exagerada" e "movida por comoção social". Ao UOL, Jean Campos e Laís Vieira dizem que a denúncia "carece de elementos essenciais para uma adequada representação do ocorrido" após análise dos fatos e circunstâncias.

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