IBGE: Brasil tem 23% de endereços sem número e 2,7 mi em ruas sem nome

O Brasil registrou, em 2022, 24,4 milhões de endereços sem identificação oficial por número. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (14) pelo IBGE.

O que aconteceu

O Censo de 2022 mostra que 22,8% de todos os endereços do Brasil não têm identificação. São 24,4 milhões de residências ou estabelecimentos sem catalogação oficial.

Foram contabilizados 106 milhões de endereços no Brasil. No Censo, ainda foram levantados endereços em construção: 3,5 milhões. A maioria das edificações está sendo construída no estado de São Paulo, 605,2 mil.

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Imagem: Arte/UOL

Três capitais lideram o ranking de endereços sem número. Segundo o IBGE, Brasília, com 1,2 milhão de endereços, Goiânia, com 526.308, e Rio de Janeiro, com 280.496, são as cidades com maior informalidade na identificação das residências.

Há uma observação referente a Brasília: por lá, os endereços não são identificados por nome de rua, e sim por quadra ou conjunto. Por esse motivo, alguns endereços não possuem o campo número.

Ausência de número indica provável informalidade do endereço. Gustavo Cayres, gerente de cadastro de endereços do IBGE, explica que "a falta de endereçamento ou número pode dificultar a pessoa a ter serviços básicos, como entrega, atendimento médico e policial entre outros. E pode ser explicado por recente ocupação ou irregularidade". "Ter endereço é essencial", complementa.

Há 2,7 milhões de endereços em ruas, avenidas ou travessas sem nome no Brasil. Isto significa que muitas residências do país estão situadas em lugares sem localização oficial.

Na divisão por logradouro, 72,3 milhões de endereços ficam em ruas. Em avenidas, são 10,7 milhões de endereços. Os endereços localizados em estradas são 7,1 milhões. Há, ainda, quem more, empreenda ou utilize endereços em travessas, sítios, alamedas e fazendas, que representam cerca de 0,45% dos domicílios.

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Os dados são importantes para mensurar e calcular rotas em territórios e estimular políticas públicas centradas nas localizações dos habitantes. As informações podem embasar novas pesquisas e auxiliar os poderes.

Os dados foram revelados nesta sexta pela pesquisa do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (Cnefe).

Crescimento de 34% no número de domicílios

Entre 2010 e 2022, houve um crescimento de 34% no número de domicílios do Brasil. No último Censo, foram levantados 90,7 milhões endereços particulares e 104 mil coletivos.

Endereços particulares dizem respeito a residências, estabelecimentos comerciais ou outras finalidades. Endereços para outras finalidades somam 11,7 milhões. Há também endereços que servem à agropecuária, 4,1 milhões, e pontos religiosos, 579 mil, de ensino, 264 mil, e de saúde, 247 mil, que são aqueles onde funcionam hospitais e escolas, por exemplo.

Ainda conforme o IBGE, a média de moradores por domicílio é de 2,79. Em 2010, a média era de 3,31. No olhar macro, a densidade demográfica do Brasil em 2022 era de 23,9 habitantes por km².

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Sudeste tem a maior densidade populacional do Brasil. São 91,8 pessoas por km² na região. A título de comparação, a região menos concentrada é a Norte, que tem 4,5 habitantes por km² em 45,2% do território nacional. Confira a lista dos estados com maior número de domicílios:

  • São Paulo: 19,6 milhões
  • Minas Gerais: 9,5 milhões
  • Rio de Janeiro: 7,7 milhões

Os estados com menor número de domicílios são:

  • Roraima: 211,9 mil
  • Amapá: 251,9 mil
  • Acre: 319,3 mil

Além de mais populosa, a cidade de São Paulo também tem maior número de endereços. São 4,9 milhões de domicílios na capital paulista, um aumento de 27% em relação a 2010.

Ainda de acordo com o Censo, 11,4 milhões de domicílios particulares no Brasil não estão ocupados. Existem as residências usadas ocasionalmente, 6,7 milhões.

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