Marcha da Maconha em SP tem protesto contra PEC das Drogas e PL do Aborto
A Marcha da Maconha, realizada neste domingo (16), na avenida Paulista, em São Paulo, começou pontualmente às 16h20, com protesto contra a PEC que criminaliza a posse de drogas e também contra o PL do Aborto.
O que aconteceu
A marcha começou com um "maconhaço". Os manifestantes acenderam cigarros e sinalizadores em frente ao Masp. Após percorrer a avenida Paulista, o grupo desceu a rua da Consolação e seguiu rumo à Praça da República, no centro da cidade, local marcado para a dispersão.
PEC das Drogas e PL do Aborto no centro das discussões. Os participantes do ato protestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição 45, que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de droga. Alguns cartazes contra o PL 1904/24, que equipara o aborto a homicídio após 22 semanas de gestação, também apareceram.
Membro do coletivo que organiza a Marcha da Maconha criticou a PEC 45. "Esse ano, especificamente, a gente chega às ruas contra a PEC 45 tramitando de maneira acelerada no Congresso Nacional, querendo criminalizar ainda mais o uso de drogas", destacou a jornalista Rebeca Lerer, 47.
Comissão da Câmara aprovou PEC das Drogas na última semana. A proposta que inclui na Constituição a criminalização do porte ou posse de qualquer quantidade de droga foi aprovada na última quarta-feira (12) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45/2023 ainda será analisada em uma comissão especial. Se aprovada na comissão, a PEC segue para análise do plenário.
A jornalista defende debate sólido sobre política de drogas no Brasil. "Esse é um movimento de usuários, popular, gente de todos os lugares da cidade, do ABC, Osasco, Taboão. E a gente está aqui para mostrar a nossa força. Somos cidadãos, cidadãs. A gente trabalha, a gente estuda, a gente paga imposto, e a gente precisa ter um debate sólido sobre política de drogas no Brasil. Sem moralismo", acrescentou.
Eliane Guerra (CRM 61.456/SP), 60, pesquisadora em autismo e primeira psiquiatra a prescrever Cannabis no Brasil, também esteve no evento. "A gente acredita que todos os pacientes podem ter, a partir de uma prescrição, a Cannabis no quintal", disse. "A gente tem que regulamentar, porque aí a gente tira as nossas crianças e jovens do tráfico", completou.
Ato também abordou o encarceramento em massa e a violência policial nas comunidades mais pobres. O movimento afirma que a proibição da maconha serve de pretexto para perseguição da população negra que vive nas áreas periféricas das grandes cidades.
Uma participante, que estava em uma barraca que distribuía camisetas e sementes, disse que o debate vai além do uso da maconha. "Isso, na verdade, é uma luta de classes. Não tem muito a ver só com fumar a erva em si. Porque pessoas ricas também fumam e não acontece nada com elas", avaliou Julia Campos, 23.
Pelo segundo domingo, programa 'Ruas Abertas' foi suspenso na Paulista. O programa "Ruas Abertas", que fecha a avenida Paulista aos domingos para carros e prioriza o uso do espaço para pedestres, foi suspenso neste domingo (16) pela segunda semana consecutiva. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a medida foi tomada por causa de um evento promovido por uma marca de energéticos.
*Com Agência Brasil
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