Conteúdo publicado há 4 meses

Presa por morte de influencer é suspeita de falsificar CRM de médica de GO

A empresária Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica de estética em que uma modelo e influenciadora fez um procedimento nos glúteos pouco antes de morrer, é suspeita de falsificar o registro profissional de uma médica de Goiás.

O que aconteceu

A médica Eny Aires registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás nesta sexta-feira (5). Conforme o B.O., a profissional de saúde acionou as autoridades após descobrir que seu registro foi usado em um carimbo de uma receita da clínica pertencente a Grazielly.

Médica afirmou à polícia não conhecer Grazielly. O UOL tentou contato com a médica para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Grazielly se apresentava nas redes sociais como biomédica, mas não possui formação na área, segundo a delegada do caso Débora Melo. A empresária chegou a iniciar o curso de medicina no Paraguai, mas parou no terceiro período e realizou apenas "cursos livres de estética", conforme a investigação.

Embora se apresentasse e comercializasse os serviços alegando que é biomédica, ela não é. Nunca cursou faculdade de biomedicina, não possui registro e o que ela nos falou [em depoimento] é que cursou até o terceiro período do curso de medicina no Paraguai e trancou.
Débora Melo, delegada da PCGO

Empresária não tinha autorização para realizar aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato). Embora fosse dona de uma clínica de estética e realizasse procedimentos que exigem conhecimentos técnicos na área de saúde, a empresária não possui capacitação necessária, conforme a investigação.

Clínica não tinha alvará para funcionamento, nem responsável técnico, conforme a delegada. "É uma exigência para qualquer estabelecimento comercial na área de saúde e estética para esclarecer as atividades realizadas. Tem atividades mais simples — como micropigmentação e massagens — e outras mais complexas, como a utilização de substâncias injetáveis, que trazem riscos ao paciente".

Local foi interditado pela Polícia Civil de Goiás. O estabelecimento funcionava em Goiânia, mas foi fechado após a morte da modelo e influenciadora Aline Ferreira, 33, que veio a óbito dias após aplicar PMMA nos glúteos — Ferreira morreu na terça-feira (2), em Brasília, menos de dez dias após ser submetida ao procedimento estético, que teria sido realizado por Grazielly, conforme depoimento do marido da vítima à polícia.

Grazielly foi detida na quarta-feira (3) no momento em que realizava procedimento em outra paciente. Segundo a investigação, na ocasião a empresária tinha acabado de fazer uma sessão de limpeza de pele em uma cliente, além de ter fornecido informações sobre um procedimento de botox para a mulher.

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Empresária é investigada por exercício ilegal da medicina, por executar serviço de alta periculosidade sem ter capacitação técnica e por crime contra a relação de consumo ao induzir os consumidores ao erro. A polícia também investiga se Grazielly cometeu crime de lesão corporal com resultado de morte em referência ao caso da modelo. O UOL não conseguiu localizar a defesa da empresária. O espaço segue aberto para manifestação.

Modelo pagou R$ 3 mil pelo PMMA

Aline Ferreira pagou R$ 3.000 para realizar a aplicação de polimetilmetacrilato para aumentar os glúteos. O procedimento levaria três sessões para ser concluído, mas a modelo passou mal e morreu dias após ter sido submetida a primeira sessão, em 23 de junho.

Aline passou mal logo após fazer o procedimento. A aplicação foi feita em Goiânia, e a influenciadora voltou à Brasília em seguida. Ela foi internada em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) seis dias depois, em 29 de junho.

Quadro de saúde da influenciadora piorou gradativamente. A morte de Aline foi confirmada na noite do dia 2 de julho.

Usado em Aline, o PMMA também é conhecido como bioplastia. É um preenchedor definitivo em forma de gel utilizado em tratamentos faciais e corporais. O produto é liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas não recomendado pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

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Apenas médicos têm autorização para aplicar PMMA. Apesar de liberar o produto, a Anvisa ressalta que somente profissionais de medicina com treinamento adequado estão autorizados a realizarem procedimentos com o uso de polimetilmetacrilato. O órgão também orienta que o produto seja usado em casos específicos de deformidades corporais provocadas por algumas doenças.

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