Conteúdo publicado há 21 dias

Empresário bebeu em 5 locais antes de atropelar vigilante, diz polícia

A Polícia Civil de Goiás concluiu que o empresário Antônio Scelzi Netto, 25, bebeu em cinco lugares diferentes antes de atropelar e matar um vigilante em uma rodovia de Goiânia na madrugada do dia 9 de junho.

O que aconteceu

Antônio Scelzi Neto esteve em dois restaurantes de um shopping no dia 8 de junho, horas antes do atropelamento. Posteriormente, o empresário foi a um pub no Setor Marista e permaneceu no local até por volta das 2h da madrugada do domingo (9). Ao sair do pub, ele parou em um posto de combustível, depois foi para outro bar no Setor Marista e, por volta das 5h daquele dia, passou em uma rede de fast food. Em seguida, ocorreu o atropelamento que matou o vigilante Clenilton Lemes Correia, 38.

Empresário estava embriagado no momento em que atropelou e matou Clenilton, afirmou a delegada do caso, Ana Cláudia Stoffel. "Nós pudemos levar ao inquérito policial que Antônio estava embriagado no momento que aconteceu o delito. Nós temos, dentro do inquérito, toda a rotina do Antônio, desde as três horas da tarde do dia anterior até o horário que aconteceu o sinistro", declarou.

Além do alto teor alcoólico no sangue, Antônio estaria em alta velocidade, conforme a investigação. "Além de embriagado, António conduzia o veículo em velocidade acima do permitido na via", complementou a delegada.

Com o inquérito concluído, a Polícia Civil de Goiás vai indiciar Antônio por homicídio doloso porque ele assumiu o risco ao dirigir bêbado, segundo Stoffel. As provas do caso serão encaminhadas ao Ministério Público estadual, que dará continuidade ao processo. Caberá ao MP-GO apresentar denúncia junto à Justiça goiana.

Empresário chegou a ser preso preventivamente, mas foi liberado. Ele responde em liberdade e a polícia não solicitou nova prisão dele. Em nota, a defesa de Scelzi alegou que as provas colhidas pela investigação se basearam "em imagens de circuito fechado e laudo técnico de local de crime", além do fato de que as provas produzidas "não foram submetidas ao contraditório e revelam inúmeras inconsistências".

Relembre o caso

A vítima, identificada como Clenilton Lemes Correia, estava a caminho do trabalho quando sua motocicleta foi atingida na parte traseira pelo carro de luxo do empresário. O vigilante foi arrastado por cerca de 300 metros, sofreu politrauma com múltiplas lesões, não resistiu e morreu. As informações são da Polícia Civil de Goiás.

Na ocasião, o motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. Antônio Scelzi Netto foi preso em flagrante horas depois. Conforme as autoridades, ele guardou o carro em sua residência localizada em um condomínio de luxo no Jardim Guanabara, em Goiânia, e foi se esconder em um galpão do pai dele, onde foi localizado e detido. Agora, ele foi liberado para cumprir medidas cautelares.

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Placa do carro saiu com o impacto da batida. De acordo com a polícia, a placa do Mercedes ficou no local do acidente, enquanto a placa da motocicleta do vigilante ficou presa ao para-choque do automóvel de luxo.

Suspeito havia ingerido bebida alcoólica. Netto se recusou a fazer o teste do bafômetro, foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para realizar exame de sangue e o laudo apontou que ele havia tomado bebida alcoólica antes do acidente. Para a polícia, o depoimento do amigo "reforça" o laudo do IML.

Motorista alegou que não viu a motocicleta, segundo a delegada Ana Claudia Stoffel. Netto também teria dito que após o acidente ficou em "estado de choque" por isso não prestou socorro. A delegada também informou que duas testemunhas serão ouvidas, e as câmeras de vigilância da região em que a tragédia aconteceu serão analisadas.

Antônio Scelzi Netto deve responder pelo crime de homicídio doloso na direção de veículo automotor. Em caso de condenação, a pena pode ser aumentada porque ele não prestou socorro a vítima, além da qualificação de que o suspeito estava sob influência de álcool.

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