O que é 'aquecimento estratosférico súbito', que pode bagunçar temperaturas
Um fenômeno conhecido como "aquecimento estratosférico súbito" pode impactar o clima do Brasil nos próximos dias, segundo a MetSul Meteorologia. O evento foi detectado na região antártica, que fica no hemisfério sul.
Raro e súbito, entenda o fenômeno
Evento é considerado raro e ocorre quando há um rápido aumento nas temperaturas, normalmente vivenciadas no verão, em qualquer uma das regiões polares da Terra.
O aquecimento ocorre na estratosfera, que é a segunda camada da atmosfera a partir da superfície da Terra.
O fenômeno é mais comum no hemisfério norte, que envolve América do Norte, Europa, parte da África e a Ásia. Nas regiões citadas, podem ocorrer grandes ondas de frio.
No hemisfério sul, onde o Brasil está localizado, o fenômeno é ainda mais raro e há apenas alguns episódios documentados nas últimas décadas, segundo a MetSul.
Temperaturas mais baixas no Sul
O evento atmosférico pode ser poderoso e afetar o globo todo, com ondas de frio. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, afirma que, devido ao evento no hemisfério sul, uma onda polar pode chegar à América do Sul ou à Austrália.
Por um mecanismo de compensação, se esfriar muito lá [Austrália], pode esquentar muito aqui, e vice-versa. Então, isso ainda está em aberto e estamos avaliando. Estael Sias, meteorologista da MetSul
Sias explica que o fenômeno desencadeia o enfraquecimento do cinturão ao redor do Polo Sul — que segura o ar mais gelado na região. Com isso, o ar gelado é liberado na direção de áreas continentais do hemisfério sul.
Isso pode ser Austrália, África ou América do Sul, que acabaria impactando no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. Nos próximos dias, vamos conseguir avaliar melhor. Estael Sias, meteorologista da MetSul
A meteorologista explica que o indicativo da MetSul mostra temperaturas mais altas na semana que vem. No entanto, no começo de agosto, a tendência é uma queda nos termômetros.
"Apenas nos próximos dias que que saberemos se o fenômeno terá impacto direto aqui ou não", diz Sias.