Conteúdo publicado há 1 mês

Suspeito nega ligação com morte de empresário em SP: 'Sou trabalhador'

O homem preso por suspeita de envolvimento na morte do empresário Carlos Alberto Felice, 77, negou ter qualquer envolvimento com o crime e alegou ser "trabalhador" ao ser questionado sobre a sua possível participação na ação criminosa.

O que aconteceu

Ajudante de obra disse que estava na casa dele no momento do crime. Rafael Procópio da Conceição, 26, afirmou que mora no bairro do Jardim Ângela, no extremo sul, a cerca de 20 quilômetros de distância da residência da vítima, no Jardim Europa, na zona oeste.

Suspeito declarou que o celular estava com ele quando o empresário foi morto. "Não tenho [envolvimento no crime]. Estou falando com minha total certeza. Eu sou trabalhador, um homem de bem", disse Rafael ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes).

Advogado de defesa reforça que cliente não é autor, nem participou do crime. O defensor, que não teve o nome divulgado pela emissora, apontou que há "indícios" de que a localização do celular do cliente estava na região do local do crime no dia do fato, mas não no horário em que Carlos teria sido morto. Ele também reforçou que Rafael arrumou um emprego para Jordan Magalhães Nogueira, 20, outro suspeito de envolvimento no crime — este último é procurado pela polícia.

Rafael também explicou por que não foi trabalhar na sexta-feira (12), dia em que o empresário foi morto. Ele se limitou a dizer que estava com "problemas de saúde" e não pôde comparecer ao trabalho na data.

O crime

Empresário foi mantido refém na própria casa por cerca de nove horas. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (25). O idoso foi torturado, mas a polícia não sabe precisar por quanto tempo.

Jordan teria entrado na casa da vítima pelo telhado, segundo a investigação. A polícia diz que o criminoso permaneceu com ele das 8h às 17h48 do dia 12 de julho. Para a polícia, Jordan é um dos executores. Ele trabalhava como ajudante de obra na reforma de um imóvel ao lado da casa da vítima. O suspeito não voltou ao trabalho após o crime e é considerado foragido.

O outro suspeito é Rafael, também ajudante de obra no mesmo local. A polícia ainda não tem certeza se ele esteve na cena do crime. Ele foi preso na quarta-feira (24) e negou participação no assassinato. As investigações apontam que Rafael indicou Jordan para trabalhar na obra.

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As imagens não mostram Rafael entrando pelo telhado na casa da vítima. Mas, segundo o delegado Fábio Pinheiro, a perícia constatou que o telefone dele indica que ele estava na região quando o crime foi cometido.

Jordan Magalhães Nogueira, de 20 anos
Jordan Magalhães Nogueira, de 20 anos Imagem: Reprodução/Polícia Civil

Jordan teria passado a noite no telhado no dia 11 de julho até render o idoso na manhã do dia seguinte, quando a vítima saía para caminhar. Carlos Alberto Felice foi torturado porque criminosos achavam que ele teria dinheiro em espécie. O plano era roubar os R$ 4,5 milhões que o empresário teria recebido com a venda de uma casa. Porém, idoso só tinha cerca de R$ 30 mil.

A execução aconteceu na garagem. A perícia constatou sangue da vítima no local.

Familiares do Jordan ligaram para um funcionário da obra porque ele não retornou para casa. "Mais um elemento de que ele passou a noite anterior ao crime escondido no telhado". As oitivas também indicam que ele não foi trabalhar na sexta-feira (12), dia em que o empresário foi morto.

O caso é investigado como latrocínio, roubo seguido de morte. A apuração, conduzida por policiais da 1ª Delegacia Patrimônio, contaram com apoio da UIP (Unidade de Inteligência Policiai) do Deic.

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Empresário morava sozinho

Carlos Alberto Felice era viúvo e não tinha filhos. A esposa dele morreu há três anos. As pessoas mais próximas eram um sobrinho e a irmã. Foi o sobrinho, inclusive, que ligou para a Polícia Militar após não conseguir contato com o tio.

A vítima morava sozinha e não tinha funcionários na casa. Carlos gostava de frequentar a igreja e levava uma vida modesta. O imóvel onde ocorreu o crime não tinha sistema de vigilância com câmeras de segurança. Caminhadas em uma praça ao lado de sua casa eram parte da rotina de Carlos. Vizinhos e comerciantes da região dizem que ele sempre foi muito cordial, educado e gentil.

Segundo a polícia, Carlos passava por dificuldades financeiras nos últimos anos. A situação teria piorado após a morte da esposa e do pai.

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