Que galão! Ele fatura com aves gigantes que medem 1 m e chegam a R$ 10 mil

Quando tinha 13 anos, Guilherme Bueno, hoje com 20, decidiu comprar um galo pela internet por apenas R$ 100. Empolgado, ele compartilhou o feito em um grupo no Facebook de criadores de aves. Por lá, descobriu que o bicho era da raça Índio Gigante e que poderia ser uma fonte de renda.

Desde então, já são 12 galos e galinhas gigantes que recebem os cuidados de Bueno em Cruzeiro (SP). A rotina é compartilhada nas redes sociais com seus mais de 100 mil seguidores no TikTok.

Como tudo começou

Gosto por animais é herança da família. Ele conta que sempre tive animais em casa e sempre gostou, desde pequeno. "Meu avô também tinha animais e às vezes eu levava um pintinho, uma galinha caipira da casa dele para a minha, para ter de estimação mesmo", contou ao UOL.

Uma ave macho pode medir até 126 cm, segundo o criador; na foto, um galo gigante e uma galinha pequena
Uma ave macho pode medir até 126 cm, segundo o criador; na foto, um galo gigante e uma galinha pequena Imagem: Arquivo pessoal

Imersão no universo das galinhas Índio Gigante começou por uma publicação no Facebook. "Quando tinha 13 anos, vi um anúncio de um frango por R$ 100. Juntei um dinheiro para comprar e comprei. Me chamou muita atenção o tamanho que ele tinha, porque não estava acostumado."

Procurei na mesma rede social um grupo de criadores de gigantes e fiz uma publicação, compartilhando que aquele seria meu primeiro reprodutor. O pessoal, que já era criador há tempos, comentou que aquele animal não era bom para isso e então começaram a me ajudar no assunto, já que eu era muito novo. E aí tudo começou.
Guilherme Bueno

Num primeiro momento, até a mãe dele levou um susto com o bicho. "Quando chegamos em casa, ela levou um susto porque ele era grande mesmo." Quando começou a se inteirar do mercado, viu que aquelas aves eram muito mais caras do que o que ele havia pagado.

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Eu também achei grande demais no início, mas hoje já me acostumei e nem parece tão grande. A primeira impressão geralmente é surpreendente.
Guilherme Bueno

Virou negócio

As aves gigantes fizeram Guilherme se conectar com pessoas de diferentes lugares do Brasil. "Pela internet, comecei a aprender mais e ajudar na organização de leilões. Fui juntando dinheiro e comprando as melhores aves da raça." A primeira ave, que deu origem ao negócio, foi vendida logo depois.

As aves não são para abate. "A seleção inicial do Índio Gigante foi voltada pra criar aves grandes e gerar oportunidade de carne mais rápido, mas ela tomou um rumo mais ornamental depois de um tempo", explica ele. Hoje, o mercado é voltado para a seleção genética. "Começou como um hobby e atualmente é minha segunda fonte de renda."

Os animais podem medir mais de 1 metro e os preços chegam a R$ 10 mil. Ele conta que há registros de um macho que alcançou 126 cm e de uma fêmea que atingiu 111 cm de envergadura. A medição é feita da ponta da unha do dedo maior até a ponta do bico. O valor de uma ave do tipo varia de R$ 2 mil a R$ 10 mil, mas nem todas que chegam a esse preço.

'Tenho uma de estimação'

Hoje já são 12 aves adultas (10 fêmeas e 2 machos) e dezenas de filhotes em criação —uma delas, a Jully, jamais será vendida. "Ela foi um presente de um criador de São Lourenço (MG). É a mais velha. Já ganhei torneio de raça com ela e dois troféus, um estadual e outro nacional. Gosto de frisar que esses torneios não têm nada a ver com briga de galo: a gente valoriza a morfologia e o tamanho do animal na competição. E eu ganhei com ela. Essa fica comigo, é como uma galinha de estimação."

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Nas redes sociais, o criador busca incentivar outras pessoas a criarem animais. "Tento trazer mais público jovem para esse ramo. Quando vejo o pessoal da minha idade interessado, acho muito bacana."

Tem gente que não quer criar, mas gosta de acompanhar a nossa rotina. Tem vezes que desanimo, porque a internet às vezes pode ser complicada e o meu trabalho em uma casa agropecuária ocupa grande parte do meu dia, mas gosto quando vejo que motivei alguém. Como pode a criação de uma galinha fazer isso? Talvez por ser um conteúdo simples. Saber que fiz bem para alguém é o que me deixa feliz.
Guilherme Bueno

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