Conteúdo publicado há 3 meses

Prisões têm 57% dos brasileiros que vivem em domicílios coletivos, diz IBGE

Dos 837 mil brasileiros que vivem em moradias coletivas, a maioria está em presídios. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (6) pelo IBGE, com dados do Censo 2022. É a primeira vez que o instituto divulga dados dessa natureza no âmbito do Censo.

O que aconteceu

Pessoas que vivem em domicílios coletivos representam 0,4% da população brasileira. Em 2022, havia 90,7 milhões de domicílios no país, sendo 90,5 milhões (99,8%) classificados como domicílios particulares permanentes.

São classificados como domicílios coletivos aqueles que contam com alguma convenção administrativa. Exemplos práticos são asilos, presídios, quartéis, repúblicas. Foram contabilizados pelo IBGE 105 mil destes domicílios no Brasil.

Conforme o Censo, 479.191 pessoas estão em penitenciárias, centros de detenção ou similares no Brasil — maior fatia de moradores em domicílios coletivos. De todos os moradores de domicílios coletivos, o número representa 57,2% do total — 0,2% da população total brasileira.

Número de pessoas vivendo em presídios é superior ao de pessoas vivendo em asilos, ou em abrigos ou pensões, segundo o IBGE. A segunda categoria de moradia coletiva com maior número de habitantes é asilo ou casas de longa permanência para idosos, com 160.784 pessoas. O número representa 19,2% das pessoas que moram em domicílios coletivos no Brasil.

Maior parte das pessoas residentes em penitenciárias fica no Sudeste. 52% do total da população dos presídios fica no Sudeste. Em outras regiões, 16,5% da população total dos presídios brasileiros reside no Nordeste, 14,7% no Sul, 10% no Centro-Oeste e 6,8% no Norte.

O IBGE considera residente de uma penitenciária aquela pessoa que foi condenada ou que está há 12 meses em detenção.

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Maioria dos residentes em penitenciárias é formada por homens de 20 a 29 anos (40,7%). Na sequência, a faixa etária com mais pessoas residindo em detenções do país é de 30 a 39 anos (34,7%). Em unidades de internação de menores, residem 7.514 pessoas.

Homens são maioria em domicílios coletivos em todo o Brasil. Há exceção apenas nos asilos e orfanatos, onde 59,8% e 51,8% dos residentes, respectivamente, são mulheres. No caso das casas de longa permanência para idosos, isso pode estar relacionado diretamente a maior expectativa de vida feminina.

O IBGE não faz levantamento sobre pessoas em situação de rua. Contudo, o Censo levantou informações sobre pessoas residentes em albergues: 11.295. Do grupo, a maioria estava concentrada no estado de São Paulo, 50,6%.

Os dados divulgados nesta sexta fazem parte do levantamento "Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: resultados do universo".

Pessoas residindo em tendas e barracas

Em 2022, mais de 160 mil pessoas moravam em domicílios particulares improvisados. Destas, 57 mil pessoas moravam em tendas e barracas. Ainda foram contabilizados os residentes em estruturas improvisadas em logradouro público: 14.598.

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Pessoas morando em tendas ou barracas. A maior parte das pessoas em locais improvisados vivia nesta modalidade de domicílio: 35,3% de 160 mil. Nem todos os indivíduos que vivem em barracas estão em situação de rua, pontua o IBGE. De acordo com o órgão, há uma fatia de trabalhadores do garimpo, por exemplo, que residem nesta situação.

Conforme o Censo, 43.368 pessoas residiam em domicílios dentro de estabelecimentos em funcionamento. Nesta modalidade, as pessoas residem em locais como bares e restaurantes. Confira outros tipos de domicílios improvisados e quantas pessoas vivem nas condições:

  • Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido: 56.600
  • Dentro de estabelecimento em funcionamento: 43.368
  • Estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada: 17.268
  • Estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca: 14.598
  • Outros domicílios improvisados, como abrigos naturais: 26.776
  • Veículos: 1.875

Taxa de analfabetismo

Pessoas residentes de moradias improvisadas apresentaram maiores taxas de analfabetismo do que a população brasileira geral. A taxa de analfabetismo entre pessoas que viviam nestas modalidades de morada variava entre 9% e 22,3%. A média taxa nacional é de 7%.

A maior taxa de analfabetismo foi registrada em abrigos, casas de passagem ou república assistencial - 31,8%. Na sequência, entre as moradias coletivas, a taxa de analfabetismo em asilos é de 31%.

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