Conteúdo publicado há 2 meses

Poluição e seca deixam sol laranja e Rio Pinheiros verde em São Paulo

A camada densa de poluição e a fumaça de incêndios florestais fizeram com que o sol de São Paulo ficasse laranja nesta semana. O tempo seco ainda favoreceu a proliferação de algas nas águas do Rio Pinheiros, que acabou esverdeado.

O que aconteceu

São Paulo tem a pior qualidade do ar entre grandes cidades pelo 2º dia. Com índice de 158, a capital paulista superou Kinshasa, na República Democrática do Congo (140); Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (135); Delhi, na Índia (112); e Jerusalém, em Israel (104). Na véspera, a cidade já havia alcançado a primeira posição no monitoramento feito pelo site IQAir, uma instituição parceira da ONU (Organização das Nações Unidas) que mede a qualidade do ar no mundo todo.

Proliferação de algas ainda deixou a água do Rio Pinheiros verde. Segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o tempo seco e a falta de chuvas diminuíram as contribuições dos afluentes do Rio Pinheiros, reduzindo a vazão na calha principal. Com um volume de água menor, a concentração de nutrientes aumenta, favorencendo a proliferação de algas — o que explica a coloração verde vista na segunda-feira (9).

A coloração verde [do Rio Pinheiros] está associada com a presença das algas. A Cetesb continua em alerta neste período crítico e monitorando as condições de qualidade dos rios e represas na Região Metropolitana de São Paulo e no estado. (...) É muito importante que a população faça o descarte correto do lixo e tenha consciência de que manter a cidade limpa depende de todos os paulistas.
Cetesb, em nota

Tempo seco e falta de chuvas favorecem a proliferação de algas que deixam a água do Rio Pinheiros verde
Tempo seco e falta de chuvas favorecem a proliferação de algas que deixam a água do Rio Pinheiros verde Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Combinação de fatores explica fenômenos climáticos na capital paulista. Entre eles estão as queimadas em todo o país, cuja fumaça está sendo carregada para o Sudeste, além das condições meteorológicas e a poluição, que não favorece a dispersão dessa fumaça. A situação ainda pode piorar: de acordo com a MetSul, uma massa de ar extremamente quente e seca cobre a maior parte do Brasil, provocando temperaturas superiores a 40°C e umidade relativa do ar inferior a 10% em diversas regiões.

São Paulo é uma das cidades afetadas pela nova onda de calor. A capital paulista terá temperaturas acima dos 30ºC pelo menos até sábado (14). Para hoje, o Climatempo prevê mínima de 15ºC e máxima de 34ºC, sem possibilidade de chuva. A umidade do ar pode baixar a 22% ao longo do dia. O calor diminui a partir de domingo (15), quando os termômetros não devem ultrapassar os 21ºC.

Queimadas pioram a qualidade do ar em São Paulo; na foto, um incêndio próximo a Perus, na zona norte
Queimadas pioram a qualidade do ar em São Paulo; na foto, um incêndio próximo a Perus, na zona norte Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Recomendações

Calor extremo afeta principalmente idosos, crianças e grávidas. Esses grupos tendem a ficar desidratados mais rapidamente e, por isso, devem redobrar a atenção em meio à onda de calor, segundo orientação da Defesa Civil de São Paulo. Pessoas com doenças crônicas também sofrem com as temperaturas elevadas.

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Veja outras recomendações:

  • Não passe muitas horas sem se alimentar, mesmo sem fome. Dê preferência a frutas, verduras e alimentos leves;
  • Mantenha-se hidratado e não substitua água por bebidas alcoólicas;
  • Prefira ambientes arejados e evite aglomerações;
  • Proteja-se do sol com chapéu, óculos escuros, roupas leves e protetor solar;
  • Use soro fisiológico nos olhos e narinas;
  • Não faça exercícios físicos em horários com maior incidência de radiação ultravioleta do sol, das 11h às 17h;
  • Evite a exposição excessiva ao sol, que pode causar mal-estar e insolação.

(Com Estadão Conteúdo)

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