Não é só da Amazônia: de onde vem fumaça que cobre São Paulo?
O estado de São Paulo contabiliza mais de cem focos de incêndio nesta terça-feira (10), segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Além do fogo que se propaga no próprio estado, a fumaça que paira no céu paulista tem também outras origens. Confira abaixo.
Fumaça tem várias origens
Fumaça que atinge São Paulo tem várias fontes. Segundo a empresa de meteorologia Climatempo, a nuvem que cobre o estado nas últimas semanas tem como origem os focos de fogo que estão queimando o próprio território paulista - especialmente em cidades do interior - e também a fumaça de incêndios de outras regiões brasileiras, como o Centro-Oeste e até mesmo da Amazônia.
Incêndio em países vizinhos. Fogos no Paraguai, Bolívia e no norte da Argentina também contribuem para o aumento da fumaça vista em São Paulo.
Fenômeno esconde o azul do céu e altera cor do sol a olho nu. A presença de fumaça no céu de diferentes partes do Brasil está causando alterações que deixam a população, ao mesmo tempo, curiosa e receosa. Enquanto o céu permanece cinza, o sol tem apresentado tons de laranja e vermelho, especialmente no final da tarde. Na capital paulista, o tempo seco favoreceu ainda a proliferação de algas nas águas do Rio Pinheiros, que acabou esverdeado.
Fogo em diferentes biomas pode levar fumaça a São Paulo. Os incêndios que assolam a Amazônia e o Pantanal, por exemplo, podem ter suas fumaças levadas para outras regiões do Brasil através dos ventos. O cerrado, bioma que apresenta o maior número de incêndios atualmente segundo o Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), também pode ter sua fumaça espalhada. Nessa terça-feira, são ao menos 2,489 focos somente neste bioma.
Programa monitora também focos de fogo estrangeiros cuja fumaça pode chegar ao Brasil. Segundo os registros atualizados do programa, somente na Bolívia são quase 800 focos de incêndio registrados entre a última segunda-feira (09) e esta terça-feira. A maioria do fogo se concentra na região de Santa Cruz. Já no Paraguai são outros 441 focos, concentrados principalmente no departamento de Alto Paraguay. Com a atuação dos ventos na América do Sul, a fumaça desses países pode se juntar àquela que já temos no Brasil.
Os impactos na qualidade do ar e a previsão de frente fria
Condições levaram capital a liderar ranking de metrópoles mais poluídas do mundo. A falta de chuva, os incêndios e os índices de umidade baixos fizeram com que São Paulo superasse cidades como Lahone, no Paquistão, e Nova Déli, na Índia. Entre a última segunda e esta terça-feira, a capital esteve nas primeiras colocações do ranking do site suíço IQAir, chegando a ficar em primeiro lugar principalmente nas primeiras horas do dia.
Além da capital, cidades próximas também registraram qualidade do ar insalubre. Mauá, Guarulhos, Osasco e Carapicuíba são alguns dos municípios cujo ar esteve abaixo do ideal. A umidade do ar em Guarulhos, por exemplo, marcou somente 27%, segundo o IQAir. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o mínimo considerado saudável é de 50%.
Frente fria deve chegar ao estado somente na segunda quinzena de setembro. Segundo previsão da Climatempo, a próxima onda de frio deve avançar por São Paulo e parte do Centro-Sul a partir do dia 19. A massa deve movimentar a atmosfera e trazer um ar mais resfriado, que deve reduzir a temperatura nessas regiões do Brasil.
Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou alerta vermelho para a região. Segundo o instituto, as temperatura 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias oferecem risco à saúde.
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