Conteúdo publicado há 1 mês

Vídeo mostra PMs agredindo homens e mulheres em adega no interior de SP

Imagens de câmeras de segurança mostram homens e mulheres sendo agredidos em uma adega em Ribeirão Preto durante uma abordagem de policiais militares.

O que aconteceu

Policiais foram chamados para dar fim a um baile funk no bairro Parque Ribeirão Preto, periferia da cidade, na madrugada de 15 de setembro. Próximo ao local da festa, havia uma adega, que fechou as portas com a chegada da polícia. Alguns clientes permaneceram no estabelecimento.

Policiais decidiram entrar na adega. durante a operação, os agentes bateram no portão do estabelecimento. Em meio a gritos e ameaças, os policiais conseguem entrar no local. A nora do dono da adega diz que o baile funk alvo da operação não havia sido organizado por eles.

Imagens mostram os agentes entrando no comércio após arrombarem o portão. Neste momento, as agressões começam. Homens e mulheres de diversas idades são agredidos — incluindo o dono e familiares.

Sem oferecer resistência, um cliente recebeu 17 golpes com um cassetete. As pessoas presentes gritam e pedem para parar. As câmeras registraram toda a ação.

O proprietário da adega chegou a ligar para a polícia para pedir socorro contra os policiais. Ao programa Fantástico, o homem disse que chegou a ligar no número da PM para relatar o que estava acontecendo. A reportagem tenta contato com a defesa das vítimas.

Mulheres foram agredidas, mostram imagens

As vítimas não foram identificadas por segurança, mas uma das mulheres presentes no momento das agressões descreveu o momento. Ela publicou as imagens nas redes sociais e disse que policiais a agrediram com cassetete.

De acordo com a mulher, além das agressões, as ameaças continuam. Durante toda a abordagem os agentes empunham armas. Imagens mostram que os agentes sequer fizeram a inspeção pessoal das pessoas presentes.

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A Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo encaminhou nota repudiando o episódio e informou que abriu protocolo para pedir providências imediatas para a Corregedoria da PM. "Mais uma vez, o caso em questão evidencia o absurdo dessa espiral da violência policial, no momento em que o proprietário do estabelecimento liga para a polícia para pedir socorro contra os próprios policiais. A perpetrar-se essa situação a quem recorreremos na próxima vez? É premente, portanto, mais do que o afastamento de agentes para funções burocráticas, a formação de homens e mulheres para funções democráticas, que pratiquem uma segurança pública sem a doutrina da vingança e da violência contra trabalhadores, mulheres e crianças. A sociedade exige para si a autoproclamada "melhor polícia do Brasil" presente em peças de propaganda e campanhas eleitorais nesta época do ano", pontuou o posicionamento, assinado pelo ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva.

Outro lado

A Secretaria de Segurança Pública informou que remanejou os policiais para funções administrativas. "A Polícia Militar, ao tomar conhecimento das imagens, determinou a imediata a investigação dos fatos. A instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda e qualquer irregularidade comprovada"

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