Retorno do horário de verão: o que se sabe sobre volta da medida

A retomada do horário de verão será avaliada nesta terça-feira (15) pelo Ministério de Minas e Energia. O ministro Alexandre Silveira se reunirá com a equipe técnica em Brasília para avaliar os riscos energéticos.

O que aconteceu

Martelo deve ser batido. O ministro de Minas e Energia explicou durante evento na Itália na semana passada que a equipe técnica irá avaliar a necessidade do horário de verão em meio à seca extrema que assola o país. A adaptação do horário foi recomendada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Estamos diante da pior seca dos últimos 73 anos e, mesmo com as medidas prudenciais, conseguimos preservar cerca de 13% da água do sistema.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia

Aval de Lula. Silveira disse que o presidente deu consentimento para que a decisão seja tomada caso seja necessária. A reunião desta terça-feira, portanto, será uma avaliação final dos riscos energéticos.

Decisão imediata. O ministro explicou que é necessário que a avaliação seja imediata para permitir que setores que serão impactados possam se preparar para a mudança. Além disto, afirmou que os próximos meses são importantes para o êxito da estratégia.

Se tem algo que não se pode abrir em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade. A importância maior do horário de verão e tem muita importância é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro tem uma importância vigorosa, não que ele não tenha depois, mas vai diminuindo a curva da importância dele.
Alexandre Silveira

Ministro refuta questão ideológica. Para Silveira, o horário de verão é uma política pública que não deve ficar atrelada à questão ideológica. Ele ainda frisou que mesmo que seja adotado pelo governo, o retorno não será antes do segundo turno das eleições municipais, previsto para o dia 27 deste mês.

O farei, com a coragem de quem tem que decidir. O farei muito ancorado em bases técnicas e em sensibilidade política e social, para que a gente defendendo, como eu defendo o horário de verão como política pública, só use mão dessa política pública se ela for imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir os custos que não impactem mais negativamente e faça economia para o consumidor.
Alexandre Silveira

Horário de verão divide brasileiros

De acordo com a pesquisa Datafolha, 47% se dizem favoráveis ao retorno do horário de verão. Outros 47% são contrários à mudança no relógio, enquanto 6% se mostraram indiferentes. O levantamento foi feito entre os dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

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O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil, em 1931, na gestão do presidente Getúlio Vargas por meio de decreto em todo o território nacional. No entanto, não foi constante, e acabou sendo revogado e adotado novamente em anos seguintes.

Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, o horário de verão foi extinto. A medida, que adianta relógios em uma hora, era adotada anualmente em regiões do Brasil para diminuir o consumo de luz.

Por que a mudança é discutida? O Brasil enfrenta a pior seca de sua história desde que se há registro pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

A mudança tem opiniões contrárias de alguns setores. O setor aéreo alega já ter passagens vendidas e que a mudança de horários deveria ser alinhada com meses de antecedência. O governo precisa conceder 20 dias para a adaptação do novo horário ao setor.

O que muda se medida for aprovada?

  • Início do horário de verão: o relógio é adiantado em 1h, a partir de 0h da data prevista para o início;
  • Término do horário de verão: o relógio é atrasado em 1h, a partir de 0h da data de encerramento.

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