Diretora de escola onde crianças teriam sido agredidas é presa em MG
A diretora de uma escola onde oito crianças teriam sido agredidas em Ouro Fino (MG) foi presa nessa sexta-feira (1º). Uma professora já tinha sido detida sob a suspeita de praticar as agressões. As vítimas tem até cinco anos.
O que aconteceu
Diretora é acusada de não agir para coibir as supostas agressões — ela nega. Segundo o Ministério Público, a direção "tinha total acesso às câmeras de monitoramento e, em princípio, por omissão, conivência ou negligência, não tomou nenhuma providência para cessar as atitudes violentas".
Prisão ocorreu uma semana após detenção de professora — ela também nega as agressões. De acordo com a Polícia Civil, os crimes são: maus tratos, tortura física e psicológica.
Escola segue em funcionamento. Por decisão judicial, a escola tinha sido lacrada. Mas a medida foi derrubada em segunda instância.
O UOL não conseguiu localizar as defesas da diretora e da professora. O espaço está aberto para manifestação. Tanto professora como diretora estão no presídio feminino de Santa Rita do Sapucaí.
Relembre o caso
Professora foi presa após mãe de bebê registrar boletim de ocorrência. A educadora foi denunciada por maus-tratos após o bebê chegar em casa com marcas roxas no corpo, segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais.
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) teve acesso a vídeos de agressões a outras vítimas. O órgão afirma que o material traz evidências de que a professora, durante o exercício de sua função, "adotou práticas que configuram, em tese, maus-tratos e tortura psicológica e física contra alunos".
Em um dos vídeos, a suspeita arrasta uma criança pela perna com uso de "força desproporcional", diz o MPMG. A imagem é de 17 de outubro de 2024. Em outra gravação de 11 de outubro, a professora bate na mão de um aluno e, em outro momento, "arranca o babador do pescoço de uma criança com muita força, fazendo com que bata a cabeça na mesa". Já em 1º de outubro, "atingiu uma criança com um colchão".
Ministério Público também analisou áudios em que a docente admite ter agredido ao menos uma criança. Segundo a denúncia, a suspeita diz ter dado um "beliscão" em um aluno e afirma que "perdeu a noção e fez com vontade", mas nega que tenha sido ela a causadora dos hematomas na perna do menor.
Justiça proibiu a professora de atuar "em qualquer instituição de ensino". Medida vale "até que se apure definitivamente sua responsabilidade criminal".
Investigação quer determinar há quanto tempo as supostas agressões ocorriam. Também não se sabe a quantidade de alunos que podem ter sido vítimas, "tampouco se há outros torturadores ministrando aulas no local".
Em nota, a escola disse que recorrerá da decisão. "O Abnara não se limita a oferecer apenas uma educação de qualidade, mas também promove a socialização, constrói pontes entre pais e filhos, e fomenta a cooperação e o amor, tratando a todos como parte de uma grande família", diz a unidade.
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