Técnico chamado de macaco por psicóloga em GO está abalado, diz advogado
O técnico chamado de macaco por uma psicóloga em Goiânia, no sábado (2), está abalado e chorou muito após o episódio. A informação é do advogado Kleber Júnior Moreira e Silva, que representa a vítima no caso.
O que aconteceu
Kleber encontrou com o técnico, que prefere não se identificar, nesta segunda-feira (4). "Ele continua abalado, nervoso. Disse que teve que respirar muito no momento para manter a serenidade", disse o advogado ao UOL.
A vítima contou que chorou sozinho no banheiro durante o final de semana. "Ele falou que tinha umas 200 pessoas no local. Ficou constrangido", explica Kleber.
Os advogados do técnico vão pedir nesta terça-feira (5) uma indenização no valor de R$ 55 mil por danos morais.
A psicóloga Laryssa Brasil Bassanesi foi solta no domingo (3) após audiência de custódia. Ela afirmou que também administra uma clínica de cardiologia e recebe cerca de R$ 10 mil mensalmente.
Durante a audiência, a defesa pediu que o juiz levasse em consideração que a mulher perdeu o pai há três semanas. Laryssa chorou enquanto o advogado falava.
Entenda o caso
Laryssa Brasil Bassanesi proferiu a ofensa enquanto acompanhava uma partida do filho em um campeonato na região. "Os denunciantes disseram que ela proferiu ofensas contra o técnico adversário, chamando ele de macaco várias vezes para várias testemunhas", disse ao UOL o delegado Humberto Teófilo.
A PM-GO foi acionada, mas a mulher já havia ido embora quando os agentes chegaram. Ela foi presa pouco depois na casa dela, no bairro Setor Marista, na capital.
"Ela falou que foi mal interpretada, disse que estava muito nervosa", afirmou o delegado. "O marido disse que, como ela é bonita, ela estava sendo vítima de perseguição por inveja porque eles são bem-sucedidos", acrescentou.
A psicóloga foi solta após audiência de custódia.
Em um vídeo gravado por testemunhas, Laryssa confirma que falou "macaco", mas nega a intenção racista. "Estavam três meninos do time deles, e eles, técnicos, ficam gesticulando. Eu falei assim: 'Olha lá, eles ficam parecendo macaco'. Aí, ele está achando que eu falei contra a pessoa dele, contra a pele. Eu já pedi desculpas", se defendeu.
O UOL tenta contato com a defesa da psicóloga. O espaço segue aberto para manifestação. À TV Anhanguera, o advogado Carlos Márcio Rissi Macedo, que representa Laryssa, reforçou a justificativa da cliente sobre ela ter sido mal interpretada.
Injúria racial é crime
Segundo a lei nº 7716, de 1989, ofender alguém "em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional" é crime. A legislação prevê prisão de 2 a 5 anos e multa para quem comete tais delitos.
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Quero receberA injúria racial se difere do racismo devido a quem é direcionada a ofensa. No caso da injúria, é possível destacar a quem essas ofensas estão sendo direcionadas. Já o racismo é feito para uma coletividade.
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