Conteúdo publicado há 29 dias

Técnico chamado de macaco por psicóloga em GO está abalado, diz advogado

O técnico chamado de macaco por uma psicóloga em Goiânia, no sábado (2), está abalado e chorou muito após o episódio. A informação é do advogado Kleber Júnior Moreira e Silva, que representa a vítima no caso.

O que aconteceu

Kleber encontrou com o técnico, que prefere não se identificar, nesta segunda-feira (4). "Ele continua abalado, nervoso. Disse que teve que respirar muito no momento para manter a serenidade", disse o advogado ao UOL.

A vítima contou que chorou sozinho no banheiro durante o final de semana. "Ele falou que tinha umas 200 pessoas no local. Ficou constrangido", explica Kleber.

Os advogados do técnico vão pedir nesta terça-feira (5) uma indenização no valor de R$ 55 mil por danos morais.

A psicóloga Laryssa Brasil Bassanesi foi solta no domingo (3) após audiência de custódia. Ela afirmou que também administra uma clínica de cardiologia e recebe cerca de R$ 10 mil mensalmente.

Durante a audiência, a defesa pediu que o juiz levasse em consideração que a mulher perdeu o pai há três semanas. Laryssa chorou enquanto o advogado falava.

Entenda o caso

Laryssa Brasil Bassanesi proferiu a ofensa enquanto acompanhava uma partida do filho em um campeonato na região. "Os denunciantes disseram que ela proferiu ofensas contra o técnico adversário, chamando ele de macaco várias vezes para várias testemunhas", disse ao UOL o delegado Humberto Teófilo.

A PM-GO foi acionada, mas a mulher já havia ido embora quando os agentes chegaram. Ela foi presa pouco depois na casa dela, no bairro Setor Marista, na capital.

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"Ela falou que foi mal interpretada, disse que estava muito nervosa", afirmou o delegado. "O marido disse que, como ela é bonita, ela estava sendo vítima de perseguição por inveja porque eles são bem-sucedidos", acrescentou.

A psicóloga foi solta após audiência de custódia.

Em um vídeo gravado por testemunhas, Laryssa confirma que falou "macaco", mas nega a intenção racista. "Estavam três meninos do time deles, e eles, técnicos, ficam gesticulando. Eu falei assim: 'Olha lá, eles ficam parecendo macaco'. Aí, ele está achando que eu falei contra a pessoa dele, contra a pele. Eu já pedi desculpas", se defendeu.

O UOL tenta contato com a defesa da psicóloga. O espaço segue aberto para manifestação. À TV Anhanguera, o advogado Carlos Márcio Rissi Macedo, que representa Laryssa, reforçou a justificativa da cliente sobre ela ter sido mal interpretada.

Injúria racial é crime

Segundo a lei nº 7716, de 1989, ofender alguém "em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional" é crime. A legislação prevê prisão de 2 a 5 anos e multa para quem comete tais delitos.

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A injúria racial se difere do racismo devido a quem é direcionada a ofensa. No caso da injúria, é possível destacar a quem essas ofensas estão sendo direcionadas. Já o racismo é feito para uma coletividade.

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