Como funcionam a eleição e a apuração dos Estados Unidos? Veja regras

Os Estados Unidos podem levar dias para anunciar o vencedor das eleições presidenciais, ao contrário do Brasil, onde os resultados eleitorais são divulgados em poucas horas.

Além da presidência, os eleitores americanos este ano irão eleger novos membros do Congresso. A posse do próximo presidente está agendada para 20 de janeiro de 2025.

Confira, a seguir, como funciona o sistema de votação e apuração nos EUA.

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Imagem: Arte/UOL

Contagem de votos

O tempo de apuração não é sempre o mesmo. Em 2016, os resultados foram conhecidos na manhã seguinte ao dia da eleição, com a vitória de Donald Trump. Já em 2020, o processo levou cinco dias para confirmar a vitória de Joe Biden, pois a disputa foi mais acirrada, o que exigiu a contagem de cada voto até o último minuto.

A forma como os eleitores votam impacta o ritmo da contagem. Nos Estados Unidos, é possível votar de três maneiras: presencialmente no dia da eleição, como no Brasil; antecipadamente, também presencial; ou pelo correio, com dias ou até semanas de antecedência. Quando há um grande volume de votos por correio, como ocorreu em 2020, a apuração pode ser mais lenta.

Cada estado possui suas próprias regras eleitorais. Em alguns, os mesários devem verificar assinaturas e registrar cédulas de papel em máquinas de contagem enquanto supervisionam a votação presencial, o que pode atrasar o processo. Em estados como a Flórida, no entanto, as cédulas podem começar a ser contadas assim que chegam pelo correio.

Como é feita a apuração nos EUA?

O presidente não é escolhido pelo voto popular. Em vez disso, os candidatos disputam o apoio da maioria dos 538 delegados, e a vitória vai para quem obtiver o "número mágico" de 270 votos no Colégio Eleitoral. Existem exceções em Maine e Nebraska, que adotam um sistema proporcional, onde dois delegados votam pelo estado, enquanto outros seguem o resultado de seus distritos.

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É possível vencer no Colégio Eleitoral e perder no voto popular. Como cada estado possui um número específico de delegados, o peso de alguns é maior que o de outros. Em 2016, por exemplo, Donald Trump foi eleito presidente mesmo com menos votos populares que Hillary Clinton. Isso aconteceu devido à distribuição dos votos eleitorais em estados-chave como Califórnia, Pensilvânia e Texas, onde Trump obteve delegados suficientes para vencer.

A contagem não é imediata. Normalmente, uma projeção do vencedor é divulgada na noite da eleição em novembro, mas a votação oficial do Colégio Eleitoral só ocorre em meados de dezembro, quando os eleitores se reúnem em seus estados para formalizar o resultado.

Em caso de empate ou ausência de maioria, a escolha do presidente cabe à Câmara dos Deputados, onde cada estado tem direito a um voto. Esse cenário já ocorreu duas vezes na história dos EUA: em 1800 e 1824.

Quem realiza a contagem?

A contagem de votos é feita por trabalhadores eleitorais locais, que podem ser funcionários do governo, temporários contratados ou voluntários treinados para a função. Esses trabalhadores são supervisionados por equipes dos departamentos eleitorais locais, e os partidos políticos podem enviar observadores para monitorar o processo.

Os trabalhadores eleitorais precisam ser cidadãos americanos maiores de idade, e alguns estados exigem que sejam eleitores registrados na região. Eles passam por um treinamento sobre os procedimentos de contagem, segurança e como lidar com possíveis erros ou tentativas de fraude, que pode variar em duração conforme o estado.

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Em regiões maiores, máquinas de leitura ótica auxiliam na contagem, enquanto em áreas menores a apuração pode ser manual. Em quase todos os estados, observadores dos dois partidos e advogados podem acompanhar o processo, garantindo a transparência. Após a contagem, os votos são certificados por autoridades eleitorais antes de serem encaminhados ao estado para o registro oficial.

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