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Câmeras e herança: por que jovem foi preso suspeito de matar mãe e padrasto

Susimara Gonçalves e Pedro Ramiro foram mortos em Itajaí (SC) Imagem: Reprodução de redes sociais

Colaboração para o UOL

03/12/2024 12h10

Câmeras de segurança, mensagens e herança foram os principais indícios que levaram a polícia a prender o suspeito de planejar e executar o assassinato da mãe e do padrasto em Itajaí (SC).

O que aconteceu

Walter Gonçalves, 24, foi preso sob suspeita de assassinar a mãe, Susimara Gonçalves, 42, e o padrasto, Pedro Ramiro, 47. O crime ocorreu em 23 de novembro, no bairro Espinheiros, e teria sido motivado pela herança familiar. Segundo as investigações da Polícia Civil, o duplo homicídio foi premeditado e envolveu pelo menos mais uma pessoa.

As vítimas foram mortas por asfixia e encontradas amarradas em sua residência. Elas haviam retornado de um jantar. Imagens de câmeras de segurança mostram que os suspeitos chegaram à casa cerca de duas horas antes das vítimas, indicando um plano detalhado.

O comportamento de Walter no local do crime levantou suspeitas. Ele acionou a polícia ao encontrar os corpos e insistiu em apresentar aos agentes mensagens que teriam sido trocadas com a mãe antes do crime. Segundo o delegado Roney Gonçalves, que detalhou o caso em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (2), a atitude foi analisada como uma tentativa de criar um álibi e acabou chamando a atenção dos investigadores.

Câmeras de segurança foram cruciais para as investigações. Os registros mostraram que os suspeitos utilizaram o controle remoto do portão para entrar, descartando qualquer hipótese de arrombamento. Além disso, o tempo que os suspeitos permaneceram na casa antes do retorno das vítimas foi considerado incomum, reforçando a tese de premeditação.

A hipótese central da polícia é o interesse na herança familiar. A operação que resultou na prisão de Walter foi chamada de "Saisine", em referência ao termo jurídico que trata da transmissão de bens a herdeiros. A loja de decoração da família, localizada na região, é apontada como um dos possíveis alvos do suspeito.

A participação de um segundo suspeito é investigada. Imagens de segurança mostram outra pessoa entrando na casa com homem que seria Walter. A polícia quer agora identificar o comparsa e apurar seu papel no crime. A conexão entre o homicídio e um furto ocorrido na residência dias depois, quando invasores roubaram objetos e chegaram a dormir no local, também é analisada.

Walter foi preso preventivamente no dia 1º de dezembro e permaneceu em silêncio. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele até o momento, mas o espaço segue aberto para manifestação.

Computadores, celulares e roupas foram apreendidos, e os investigadores trabalham na análise do material. A polícia reforça que a investigação exige esforço contínuo devido à complexidade do caso.

Novos desdobramentos não estão descartados. O delegado responsável enfatizou durante a coletiva que a apuração de todos os envolvidos e da motivação completa do crime é prioridade. As autoridades seguem buscando provas e depoimentos que esclareçam as circunstâncias.

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