PMs da Rota que atiraram 28 vezes contra dupla na Consolação viram réus
Quatro policiais militares da Rota, investigados por uma ação que deixou dois homens mortos na rua Consolação de São Paulo, viraram réus por execução no Tribunal de Justiça do estado.
O que aconteceu
A denúncia do Ministério Público foi recebida pela 1ª Vara do Júri da Capital em novembro. Os quatro responderão por dois homicídios consumados e uma tentativa de homicídio de uma vítima que ficou em estado grave após os tiros.
Para a promotora Luciana Jordão, os PMs agiram como um ''grupo de extermínio''. Segundo o MP, os réus haviam recebido uma denúncia anônima de um suposto roubo a uma residência em Cotia e no caminho interceptaram o carro das vítimas, que consideraram ''suspeito''.
A investigação aponta que os acusados atiraram ao menos 20 vezes contra os três homens do veículo. O único que sobreviveu se fingiu de morto para evitar ser atingido por mais disparos, contou o Ministério. O carro era do pai de um dos mortos e tinha origem lícita.
A promotoria acusa ainda os militares de terem alterado a cena do crime. Eles teriam colocado uma arma no local para simular que ela pertencia a um dos homens, indicando que houve uma troca de tiros com a polícia.
Os réus desvirtuaram as prerrogativas legalmente atribuídas por meio de abuso do poder para satisfazer a perversa vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Ministério Público
As identidades dos policiais do Rota não foram informadas. Por isso, o UOL não pôde localizar a defesa dos quatro.
Relembre o caso
O crime ocorreu na madrugada do dia 12 de janeiro de 2023. Os três estavam em um Honda Fit na rua da Consolação e, segundo o boletim de ocorrência, teriam ameaçado atirar nos agentes.
Os mortos foram identificados como Gabriel Barbosa da Silva e Fabiano Alexandre Melo. O sobrevivente foi encaminhado em estado grave para o pronto-socorro da Santa Casa.
Pouco tempo antes dessa abordagem, os policiais pararam uma Mercedes-Benz C 200. Ela estava na rodovia Raposo Tavares, na altura de Cotia. Os três jovens que estavam nela foram detidos e liberados no dia seguinte.
Os seis homens envolvidos nas duas ações policiais tinham passagens. No entanto, não foi encontrado com eles nenhum produto roubado e, de acordo com o delegado dos três primeiros, Hilton Tozetto, os dois grupos não tinham qualquer relação.
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