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Josias: Derrite é fusível queimado que ameaça deixar Tarcísio em curto

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), corre o risco de comprometer a imagem de sua gestão caso não tome providências com relação a Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, após a escalada de casos de violência policial no estado, disse o colunista Josias de Souza no UOL News desta quarta (4).

Ao ser questionado sobre a série de episódios de letalidade e abusos cometidos pela Polícia Militar, Tarcísio defendeu Derrite e afirmou que o secretário faz um bom trabalho. "Olhe os números. Você vai ver que está", respondeu o governador, sem dizer, no entanto, quais seriam estas estatísticas nas quais se baseou.

Na administração pública, certos assessores são como fusíveis: eles existem para que possam ser desligados antes que os seus chefes entrem em curto-circuito. O Derrite é um fusível que já queimou umas quatro vezes.

Se o Tarcísio não o substitui, entra em curto-circuito. Pelo andar da carruagem, a polícia de São Paulo não será domesticada do dia para a noite. Ao contrário; ela está fora do controle. O que está por vir não é agradável. À luz do que estamos verificando agora, o que está por vir é mais do mesmo.

Se o governador não toma providência, e a mais óbvia parece ser a substituição do Derrite, aí ele entra em curto-circuito. Agora ainda é possível enxergar o fusível se desgastando, mas o desgaste já foi transferido para Tarcísio. Josias de Souza, colunista do UOL

Embora se mantenha fiel a Jair Bolsonaro e siga práticas defendidas pelo ex-presidente, Tarcísio precisa responder à sociedade sobre a crescente truculência policial, na visão de Josias.

O Estado não pode se confundir com bandido. Ele existe para aplicar a lei e a polícia de São Paulo está extrapolando. Não é a única que faz isso no país, mas a PM-SP tinha uma fama mais adequada antes da posse do Tarcísio.

A coisa começou a ficar mais complicada depois que ele assumiu. Logo no início, ele já desmerecia as câmeras nos uniformes da polícia e depois conspirou contra elas. Agora, o governo de São Paulo tem que dar explicações ao Supremo sobre o uso das câmeras.

Tarcísio nomeou Derrite por imposição e sugestão do bolsonarismo. Fez isso para pagar uma fatura que decorre do apoio que Bolsonaro lhe deu. Tarcísio tem uma conta com Bolsonaro, que foi voz solitária no lançamento dele [como candidato] ao governo de São Paulo quando todos duvidavam. Tarcísio é uma criatura do Bolsonaro, mas tudo tem limite. Josias de Souza, colunista do UOL

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