Salaro: Testemunha viva do erro de PMs corre risco e precisa de segurança

O rapaz arremessado da ponte por policiais militares, em São Paulo, é uma testemunha viva que corre risco e necessita de segurança, opinou o colunista Valmir Salaro no UOL News, do Canal UOL, nesta sexta-feira (6).

Acho que [ele ficou] mais traumatizado também, porque ele é uma testemunha viva do erro grave cometido pelos policiais. Valmir Salaro, colunista do UOL

Um jovem de 25 anos, identificado como Marcelo Amaral, foi arremessado de cima da ponte por policiais militares na zona sul de São Paulo, após uma perseguição. A ponte tinha altura equivalente a três metros, segundo reportagem do UOL. O rapaz foi socorrido por outras pessoas que estavam no local. O caso gerou revolta e afastamento dos agentes devido à violência, flagrada em vídeo por uma testemunha.

Quer dizer, além do depoimento que tem que ter, ele [Marcelo] precisa de uma segurança a partir desse ponto. Vai ser uma testemunha para o resto do inquérito. Ele vai depor na Justiça e, eventualmente, vai ter de ficar frente a frente com os policiais para tentar identificá-los. Isso vai levá-lo a correr um risco.

Que tipo de proteção o estado vai dar a este rapaz e à família dele? E também às outras testemunhas que viram os policiais disfarçados rondando a região e procurando por quem tenha visto o momento da ação irregular e criminosa dos PMs? Quem vai dar proteção a eles? O Marcelo é uma testemunha além de vítima.
Valmir Salaro, colunista do UOL

Repercussão do caso

Ao todo, 13 agentes que atenderam à ocorrência foram afastados de suas atividades pelo governo do Estado. Eles são integrantes do 24º Batalhão, de Diadema, na Grande São Paulo. O agente que jogou o militar no córrego foi identificado como Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, lotado na Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Moto) do 24º Batalhão.

A vítima prestou depoimento nesta sexta na 2ª Delegacia Seccional (Sul), no bairro do Brooklin, segundo apurou o colunista do UOL Josmar Jozino. Ele chegou ao distrito policial acompanhado de uma advogada e, segundo agentes policiais, ainda estava bastante assustado com o trauma vivido no final de semana. O rapaz havia saído de São Paulo, com medo de sofrer novas represálias dos PMs, e tinha ido para uma cidade no interior do estado.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem sido pressionado a demitir Guilherme Derrite, diante do número crescente de denúncias de violência policial e letalidade no estado de São Paulo. O governador, no entanto, descartou essa possibilidade ao ser questionado por jornalistas. "Olhe os números. Você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]", disse ele, sem explicar quais números seriam esses.

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Mortes em ações policiais aumenta

A PM matou 474 pessoas durante ações policiais no estado de São Paulo, entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados foram contabilizados pela própria Secretaria de Segurança. A maioria dos alvos (64%) é formada por pessoas negras (255 pardos e 51 pretos).

O levantamento feito pelo UOL mostra ainda que 99% das vítimas são homens, como o estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta. A capital paulista lidera a lista de mortos com 122 casos, seguida de Santos, com 36, e São Vicente, 29.

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