Josmar Jozino

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Reportagem

Jovem jogado da ponte por PM presta depoimento em delegacia da zona sul

Marcelo Barbosa Amaral, 25, jogado da ponte da Cidade Ademar, zona sul paulistana, no último domingo, pelo soldado Luan Felipe Alves Pereira, 29, prestou depoimento nesta tarde na 2ª Delegacia Seccional (Sul), no bairro do Brooklin.

O rapaz chegou ao distrito policial acompanhado de uma advogada e, segundo agentes policiais, ainda estava bastante assustado com o trauma vivido no final de semana. Ele havia saído de São Paulo, com medo de sofrer novas represálias dos PMs, e tinha ido para uma cidade no interior do estado.

O depoimento deveria acontecer no 26º DP (Sacomã), área de jurisdição da ocorrência, mas foi marcado na 2ª Seccional justamente para evitar um possível encontro da vítima com outros PMs do 24º Batalhão (Diadema), que por ventura fazem patrulhamento na Vila Clara, onde a vítima residia.

Marcelo ficou três horas na delegacia. Usava um capuz. Ele foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para ser ser submetido a exame de corpo de delito e depois seguiria para a Corregedoria da PM, onde prestaria novo depoimento.

Não é por acaso que Marcelo teme pela integridade física. Reportagem exclusiva de Herculano Barreto, publicada hoje no UOL, revela que após o episódio de domingo, policiais militares estiveram no bairro onde o rapaz morava, à procura dele para "terminar o serviço", contaram parentes.

Em conversa preliminar e informal Marcelo havia confirmado a alguns agentes que estava dominado pelos PMs quando foi arremessado da ponte. Os PMs faziam policiamento ostensivo no bairro e tentaram dispersar os frequentadores de um baile funk. O rapaz estava com um moto e acabou perseguido e jogado no córrego pelo soldado Felipe.

Em entrevista exclusiva à TV Globo, Antônio Donizete do Amaral, o pai de Marcelo classificou de inadmissível a atitude do policial militar. Ele disse que o filho é trabalhador e nunca se envolveu com nada errado. O rapaz está traumatizado.

Donizete acrescentou que o filho é "trabalhador". Afirmou ainda que gostaria de ter uma explicação do policial militar, complementando também que "a PM esta aí para fazer a defesa da população, e não para fazer o que fez com meu filho".

Felipe era lotado na Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Moto) do 24º Batalhão. Em março do ano passado, ele fazia patrulhamento com o soldado Deives Nascimento dos Santos, 33, na rua Padre Antônio Tomás e se envolveu em uma ocorrência com morte.

Reportagem

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