Nunes diz que muro na 'cracolândia' foi para substituir estrutura de ferro
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) declarou que o muro que cerca a Cracolândia, no centro de São Paulo, foi erguido para substituir tapumes de metal.
O que aconteceu
Construção em calçada da rua General Couto Magalhães, na Santa Ifigênia, delimita uma área para usuários de droga. Imagens da TV Globo mostram os usuários aglomerados atrás do muro e barreiras de metal no meio da rua.
Nunes diz que local está cercado há muito tempo. "Ali tinha um tapume, tem mais de um ano. Era um negócio de ferro e colocou um muro", afirmou o prefeito em entrevista ao site Exame.
Prefeitura afirma que fluxo de usuários caiu na rua dos Protestantes, local que já foi a principal concentração no centro. Entre janeiro e dezembro de 2024, a média de pessoas no local caiu 73,14%, segundo a administração municipal. A nota também diz que as ações na região resultaram em 18.714 encaminhamentos para serviços e equipamentos públicos.
Especialista ressalta que muitos usuários saem durante o dia, mas voltam à noite. "A concentração de pessoas ali, por conta do índice de repressão e infração de direitos humanos sistemáticas com as pessoas, obviamente tem feito com que elas não fiquem mais no mesmo local", afirmou Amanda Amparo, pesquisadora em Antropologia Social da USP.
Antropóloga explica que política adotada por São Paulo espalha os usuários pela cidade. "Não há dúvida de que a população em situação de rua aumentou. As condições de vida da população, como um todo, piorou. Isso leva muitas pessoas para a rua e essa política de violentar pessoas que já foram tão violentadas ao longo da vida não as ajuda", afirmou Roberta Costa, integrante da Craco Resiste.
Amanda acrescentou que a maior circulação das pessoas não significa que a gestão Nunes "conseguiu implicar positivamente na vida dessas pessoas a ponto delas conseguirem se reorganizar". Além da rua dos Protestantes, vias como a avenida Duque de Caxias, Rua dos Gusmões, Rua Helvétia, Rua Barão de Piratininga e Avenida São João têm sido locais de concentração dos usuários.
Com informações de Agência Brasil
30 comentários
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Zilmar Ferreira Lopes
Sugiro que a Amanda Amparo abra as portas da USP e os leve para lá para que recebam o tratamento adequado.
Wagner Trombim
Que a Amanda dê amparo a esses viciados
Paulo Augusto Dalcim
Os especialistas de plantão, fazendo seus comentários de praxe. Por a mão na massa que é bom nada, né!