Crivella divulga panfletos com fake news; 'pai das mentiras', rebate Paes
Faltando uma semana para as eleições do Rio, cariocas que circulavam pelas ruas hoje receberam panfletos do atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) com fake news. A nova campanha dizia, sem provas, que seu oponente, o candidato Eduardo Paes (DEM), é a favor da legalização do aborto, da liberação das drogas e do "kit gay" nas escolas municipais.
Na imagem, Paes aparece ao lado do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) com a mensagem: "Eduardo Paes e seus amigos defendem [os seguintes itens listados]". Ambos já declararam publicamente que não há aliança política entre eles.
O panfleto traz ainda, como oposição, Crivella e sua vice, a tenente-coronel Andréa Firmo (Republicanos), contrários aos temas propostos.
Ao UOL, a assessoria de Marcelo Crivella confirmou que os panfletos distribuídos são da campanha do atual prefeito e declarou que as informações contidas neles não são fake news, uma vez que "não há nenhuma afirmação sobre ter o kit gay nas escolas, e sim que o aliado de Eduardo Paes [Freixo, segundo a campanha do prefeito] é a favor".
Na nota, a assessoria diz ainda que "vale lembrar que existe, inclusive, uma ação a ser julgada pelo STF [Supremo Tribunal Federal] sobre a ideologia de gênero nas escolas', finaliza.
Paes e Freixo se posicionam
Pelas redes sociais, o candidato Eduardo Paes classificou Crivella como o "pai das mentiras" e negou que tenha apoio do PSOL. O candidato ainda afirmou que o único kit que entregou nas escolas, quando foi prefeito do Rio, foi de material escolar e uniforme.
"O PSOL, assim como vários outros partidos, recomendou a seus filiados para votarem para tirar o Crivella, pior prefeito da história do Rio. Mas é importante esclarecer que o PSOL não vai ter qualquer participação em um eventual governo meu. Aliás, eles já afirmaram que vão fazer oposição a mim na Câmara dos Vereadores", disse Paes.
"Sobre a última mentira do dia, eu faço questão de esclarecer o seguinte: eu sou contra a ideologia de gênero e ensino sexual para crianças nas escolas. Eu acredito que esse tipo de orientação deve partir dentro de casa, como faço na minha. Durante os oito anos que fui prefeito, os kits que eu entregava para as crianças eram de material escolar e uniforme, coisa que Crivella não fez direito. Não tem essa história de kit gay. Peço que nessa reta final vocês não acreditem nessas fake news do Crivella", disse o democrata.
Ao UOL, o deputado Marcelo Freixo afirmou que vai processar o atual prefeito. Pelas redes sociais, o parlamentar também se posicionou a respeito dos panfletos divulgados.
"Além de um péssimo prefeito, é um falso bispo, um falso religioso, um mentiroso. É inacreditável o que uma pessoa que ocupa o cargo de prefeito do Rio de Janeiro é capaz de fazer diante da surra que vai levar nas urnas. No dia de hoje, o prefeito Crivella, em campanha, espalhou panfleto divulgando que eu e o PSOL fizemos acordo com Eduardo Paes. É inacreditável. Não há acordo entre PSOL e Eduardo Paes, nosso voto no segundo turno não é apoio ao Paes, mas sim um veto ao Crivella", disse.
"Você é o pior prefeito da história do Rio de Janeiro. Você é um ser rastejante e mesquinho. O Rio de Janeiro vai se despedir de você dizendo que tem nojo de você e das suas mentiras. Você passou essa pandemia inteira puxando o saco de um presidente incompetente [em referência a Jair Bolsonaro]. Você não olhou para as famílias, você não cuidou de ninguém. Você vai sair da prefeitura pela porta dos fundos. Pode espalhar panfletos, pode mentir, isso só vai servir para as pessoas conhecerem melhor o ser medíocre que você é", falou Freixo.
Segunda confusão na semana
Essa é a segunda desavença entre os candidatos no segundo turno pela prefeitura do Rio nesta semana. Na última quinta-feira (19), Paes declarou que processará o atual prefeito por associá-lo ao PSOL e à pedofilia.
Em vídeo que circulou nas redes sociais, Crivella aparecia ao lado do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) afirmando que Paes fechou um acordo para entregar a secretaria de Educação ao PSOL e que isso implicaria em implementar "pedofilia nas escolas"; o prefeito não apresentou qualquer prova durante a declaração.
Paes afirmou, em nota, que não há acordo político nem troca de cargos com o PSOL e que não imaginava que Crivella "seria capaz de ir tão longe na baixeza e na mentira".
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