Justiça manda França apagar fake news que liga goleiro Bruno a Tarcísio
Do UOL, em São Paulo
27/10/2022 13h19Atualizada em 27/10/2022 17h45
O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) determinou a retirada de uma postagem feita pelo ex-governador Márcio França (PSB) em que liga o goleiro Bruno ao candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A decisão foi assinada pelo relator José Antonio Encinas Manfré.
Na publicação de França, é dito que se Tarcísio for eleito governador do estado, o goleiro Bruno seria cogitado a assumir a Secretaria de Esportes e Lazer. O futebolista foi condenado por homicídio, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, mãe de seu filho.
O relator considerou que a postagem seria "indução do eleitorado em erro" e que não é possível a nomeação do ex-goleiro a um cargo público. "Não seria possível a nomeação da apontada pessoa para cargo público. Além disso, ao menos por ora, considero ter essa publicação potencialidade para indução do eleitorado em erro".
Ao UOL, a assessoria de França afirmou que a postagem não está no ar. O texto também fazia críticas ao candidato apoiado por Bolsonaro.
"Estranho não é ele, Tarcísio, requerer a exclusão da especulação de Bruno, estranho é ele não se incomodar com a possibilidade de "sondar" Eduardo Cunha pra Secretário de Fazenda, Roberto Jefferson e Flordelis para outras vaga em SP. Publiquei de todos esses, mas ele só questionou a publicação recente ao Goleiro Bruno, notório apoiador de sua candidatura", dizia a mensagem enviada ao UOL.
Em 2022, o goleiro usou as redes sociais para declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ter a sua imagem usada pela campanha do petista em ataques a Bolsonaro em programas do horário eleitoral.
Goleiro foi condenado a 22 anos pela morte de Eliza
Em março de 2013, o goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo homicídio, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas a pena foi extinta por prescrição. Bruno hoje admite participação no crime, embora negue que tenha sido o mandante.
Desde 2019, Bruno cumpre a pena em regime semiaberto domiciliar. O filho de Bruno e Eliza vive com a avó Sônia, que cuida de sua criação desde a morte de sua filha. O goleiro questiona a paternidade da criança e afirma querer fazer um exame de DNA.