Exército do Egito diz que não usará força contra manifestantes
O exército do Egito afirmou que não usará força contra a população local, segundo um comunicado da Forças Armadas divulgado pela televisão estatal nesta segunda-feira.
No que parece ser uma concessão para a oposição, a TV egípcia veiculou um aviso dos militares contra "qualquer ato que desestabilize a segurança do país".
Na nota, os militares afirmam que "nunca utilizaram e nem vão utilizar a força contra a população" e que a presença de soldados nas ruas é "para garantir a segurança do povo egípcio".
Nesta segunda-feira, cerca de 250 mil manifestantes voltaram a se reunir na Praça Tahrir, no centro de Cairo, principal concentração dos protestos na capital, desobedecendo o toque de recolher imposto pelo governo do presidente Hosni Mubarak e intensificando a onda de protestos contra o regime egípcio, que completa uma semana nesta terça-feira (1º).
Ao redor da praça a presença do Exército é forte, com tanques posicionados e soldados checando documentos de diversos manifestantes.
Uma das repórteres da rede Al Jazeera relatou que os militares pretendiam bloquear os acessos à praça, mas não conseguiram devido ao número de pessoas reunidas. “Os manifestantes dizem que ficarão na praça enquanto Mubarak permanecer no poder”, disse a correspondente.
"Fazemos turnos na minha família. Estamos eu, meus amigos e meus pais", disse à agência Efe uma das manifestantes, Rana al Nemr. Em um local, a população juntou uma montanha de lixo e coroou-o com um cartaz: "Este é o túmulo do governo de Mubarak".
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Em meio às manifestações, Mubarak pediu que o primeiro ministro Ahmad Shafig dialogasse com a oposição. Segundo a TV estatal do Egito, Mubarak teria dito que dessa maneira “eles ativariam o processo democrático” do país.
Mubarak disse ainda que os novos membros do governo, que estão sendo anunciados aos poucos, devem resistir “a qualquer tentativa de corrupção” e atentar para a “necessidade de continuar o governo com justiça, seriedade e dar novos passos para reformas política e legislativa”.
Embora as manifestações desta segunda-feira tenham sido pacíficas e um novo governo tenha tomado posse, o Egito continua com bancos fechados, repartições públicas funcionando a um ritmo lento e um toque de recolher que se estende por 17 horas decretado.
Para esta terça-feira, o Movimento 6 de Abril convocou uma manifestação massiva para recuperar o ritmo dos protestos, a partir do meio-dia, com música e outros espetáculos.
"Amanhã seremos um milhão", afirmou Amre Abdu Ramhan, um dos manifestantes presentes na praça Tahrir.
*Com Agências Internacionais
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