Obama chega ao Capitólio para cerimônia pública de posse do segundo mandato nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já está no Capitólio, em Washington, onde é realizada nesta segunda-feira (21) a cerimônia pública de posse do segundo mandato, após uma apertada vitória nas urnas.
A expectativa é que o ato atraia menos da metade dos espectadores da posse de 2009. Os organizadores estimam que até 800 mil pessoas compareçam, número menor que o 1,8 milhão de quatro anos atrás. Os números totais ainda não foram divulgados.
O senador democrata de Nova York Chuck Schumer fez o discurso de abertura, seguido pela ativista Myrlie Evers-Williams, que fez a tradicional prece da posse. Ela se tornou então a primeira mulher na história a participar do ato. Myrlie é viúva de Medgar Evers, militante de direitos civis assassinado há meio século em Mississippi, em um caso em que ela lutou durante 30 anos nos tribunais.
O senador Lamar Alexander também discursou e convidou a juíza do Supremo, a porto-riquenha Sonia Sotomayor, para comandar o juramento do vice-presidente Joe Biden. Esta é a primeira vez na história do país que a cerimônia é presidida por uma juíza latina, a primeira do Tribunal Supremo.
O coro de Brooklyn também participou da cerimônia e interpretou algumas músicas. O cantor James Taylor se apresentou antes do juramento de Obama.
A limusine que levou Obama chegou ao local às 10h54 (13h54 no horário de Brasília). As atividades da cerimônia começaram cerca de uma hora antes do discurso inaugural do novo mandato. A banda da Marinha dos Estados Unidos se encarregou de anunciar cada passo do evento.
Pela manhã, Obama e a família compareceram a uma missa na igreja de St. Johns, próxima à Casa Branca. "Me sinto honrado e agradecido de que tenhamos a oportunidade de terminar o que começamos. Nosso trabalho começa hoje", escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
Entre os presentes estavam o ex-presidente Bill Clinton, acompanhado da mulher, a secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-preseidente Jimmy Carter (1977-1981), o senador John Kerry e o ex-candidato presidencial republicano John McCain.
Chamada de "Fé no futuro dos EUA", a festa acontece na ala oeste do Capitólio. No caso de mau tempo, vai para dentro do Capitólio, como ocorreu na segunda posse de Ronald Reagan, em 21 de janeiro de 1985.
"Adoro a ideia de um programa que comece com Chuck Schumer e termine com Beyoncé", brincou Brent Colburn, diretor de comunicação do comitê especial a cargo dos eventos da posse (PIC, na sigla em inglês), referindo-se à estrela pop que a fechará cantando o hino nacional.
Kelly Clarkson, James Taylor, a banda Fun e outros artistas também estarão em eventos relacionados. A cantora Beyoncé, assumidamente pró-Obama, já cantou "At Last", de Etta James, enquanto Obama e sua mulher, Michelle, dançavam na primera posse.
Um CD será lançado com as 16 músicas favoritas de Obama interpretadas por artistas como John Legend, o elenco da série "Glee", Katy Perry, Stevie Wonder, Alicia Keys e Usher.
Plano de segurança
A 57ª posse presidencial no país conta com um plano de segurança que envolveu a polícia do Capitólio, o Exército, o Congresso e o PIC. "Os preparativos começaram quando terminou a última posse", disse Colburn. Na primeira posse houve muitas queixas por desorganização e filas.
O desfile posterior à cerimônia pública deve contar com mais de 10 mil pessoas, incluindo 2.300 membros das Forças Armadas e de diversos grupos cívicos.
"Não posso dizer nada sobre ameaças específicas, mas tenham a certeza de que estamos preparados para responder a qualquer assunto que aparecer", declarou Shenelle Antrobus, porta-voz da polícia do Capitólio, referindo-se a protestos, ameaças ou emergências.
O Serviço Secreto lidera os planos de segurança de segunda-feira, que incluem restrições ao espaço aéreo, fechamento de ruas e vigilância reforçada nos transportes públicos.
Não foram revelados o número de seguranças, o custo das atividades, nem os doadores e doações que bancaram a posse, mas o PIC prometeu divulgar informações em até 90 dias.
Como previsto na Constituição americana, cerimônias privadas de posse para Obama e para o vice-presidente, Joe Biden, aconteceram no domingo (20). As celebrações começaram no sábado com um Dia Nacional de Serviço, que incluiu mais de 2.000 eventos de serviço voluntário em todo o país. Os atos terminam na terça-feira (22) com o tradicional Dia Nacional de Oração na catedral de Washington.
Desafios
Os desafios que Obama deve enfrentar em seu segundo mandato não são novos e já estão na agenda do presidente. O grande problema agora é solucioná-los.
Uma economia em dificuldade: Os EUA estão lentamente saindo de sua pior crise desde a Grande Depressão. O desemprego caiu, mas permanece insistentemente alto, em 7,9%, e a criação de vagas continua lenta demais para absorver os milhões de americanos desempregados ou com subempregos. O crescimento econômico também permanece vagaroso - 2% no terceiro trimestre.
Mais desafios; entenda
Irã: O país está presente em diversos desafios da política americana: reduzir a presença dos EUA no Afeganistão, garantir a estabilidade do Iraque, promover a resolução do conflito entre Israel e os palestinos, lutar contra o terrorismo, garantir acesso livre a energia e impedir a proliferação nuclear. Os EUA continuam determinados a evitar que o Irã fabrique armas nucleares. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, e seus líderes prometeram resistir às crescentes sanções internacionais que estão enfraquecendo sua economia.
Medicare: O enorme programa de saúde do governo para americanos com mais de 65 anos ou deficientes deve ficar sem dinheiro em breve. Com quase meio século, o programa é considerado uma das conquistas dos democratas, mas sofre com pressões de dois lados: o crescente aumento dos custos de um sistema de saúde ineficaz e a iminente aposentadoria da geração do "baby boom". O programa de seguro de internação do Medicare deve ficar sem dinheiro em 2024. O programa de consultas médicas e medicamentos com receita, vão crescer de 2% do PIB no ano passado para 3,4% do PIB em 2035.
Atuação com o Congresso: Obama se encontra mais uma vez rivalizando com um Congresso dividido que viveu em impasse nos últimos quatro anos, quase sem conseguir aprovar qualquer legislação mais polêmica. A maioria dos analistas prevê que o Congresso continuará dividido, com os republicanos com o controle da Câmara dos Representantes e os democratas mantendo uma pequena margem de vantagem no Senado. (Com agências internacionais e BBC)
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