Fumaça não provoca nenhum dano aos cardeais, diz porta-voz do Vaticano
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou nesta quarta-feira (13), após o final das duas primeiras votações do segundo dia do conclave, que a fumaça que indica os resultados da eleição do novo papa não provoca nenhum dano aos cardeais eleitores.
Segundo ele, os religiosos deixaram a Capela Sistina com perfeita saúde e com "muito bom humor". O esclarecimento foi feito pelo porta-voz do Vaticano, após ser questionado por uma amiga jornalista, que ligou para ele ontem, ao final da primeira votação do conclave.
A fumaça, de acordo com Lombardi, é formada por cinco reagentes químicos e não compromete a saúde dos cardeais que estão confinados para escolher o sucessor de Bento 16.
Ela é produzida por um dispositivo eletrônico instalado em duas estufas redondas, onde são queimados os votos. "O dispositivo eletrônico produz a fumaça por cerca de sete minutos", disse.
A preta, que indica a falta de consenso entre os cardeais, é composta por cloreto de potássio, antrasina e azufre. Já a branca, que aponta a existência de um novo papa, além do cloreto de potássio e da antrasina, também inclui colofónia.
"Nós, como vocês, estamos olhando para a chaminé", afirma o porta-voz do Vaticano, que diz não ser possível definir o horário preciso que as fumaças são emitidas. Lombardi, no entanto, aponta que os sinais devem ser vistos duas vezes por dia, uma pela manhã e outra na parte da tarde. "A agilidade da votação dessa manhã pode se repetir."
Neste conclave, a fumaça preta já foi lançada duas vezes. A primeira delas foi vista ontem (12), por volta das 19h41 (15h41 em Brasília). Na manhã de hoje, outro sinal foi emitido para expressar o resultado tanto da segunda como da terceira votação. À tarde, os cardeais voltam a se reunir para realizar outras duas rodadas.
O resultado foi caracterizado por Lombadi como "normal". "Apenas a eleição do papa Pio 12, foi definida até a terceira votação", explicou ele.
Funcionamento do conclave
Durante o conclave, todos os eleitores ficam confinados na Capela Sistina. Na hora da votação, cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula sob a frase "Escolho como sumo pontífice" e deposita seu voto em uma urna.
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Os nomes escritos nas cédulas são lidos em voz alta pelo cardeal camerlengo, Tarcisio Berto, e seus três assistentes. É declarado papa aquele que obtiver dois terços mais um dos votos. Com um Colégio de Cardeais de 115 eleitores, o próximo pontífice terá de receber ao menos 77 votos.
Se nenhum cardeal receber essa quantidade de votos, as cédulas serão queimadas, uma fumaça preta sairá da chaminé da capela Sistina e a votação será retomada.
Caso não haja um consenso até o quarto dia de votação, será feita uma pausa para oração e para o diálogo entre os eleitores. A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas são feitas no sétimo e décimo dia. Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda e a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços.
Quando o novo papa é escolhido, uma fumaça branca sai da chaminé e soam os sinos da basílica como sinal de que a votação chegou ao fim.
Após a escolha, o novo papa é apresentado aos fiéis com a frase "Habemus Papam!".
Fumaça preta dos conclaves de 2005 e 2013
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