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Al Qaeda assume a autoria dos atentados que deixaram cerca de 60 mortos no Iraque

Do UOL, em São Paulo

20/03/2013 06h56

O Estado Islâmico do Iraque, grupo vinculado à Al Qaeda, assumiu nesta quarta-feira (20) a autoria dos atentados que deixaram cerca de 60 mortos e mais de 180 feridos em Bagdá e outras áreas do país. O Iraque lembra hoje o décimo aniversário da invasão americana para derrubar o regime de Saddam Hussein.

"O que os atingiu na terça-feira é apenas a primeira gota da chuva e a primeira fase. Pela vontade de Deus, depois disso nós teremos nossa vingança", afirmou um comunicado da Al Qaeda divulgado em um website jihadista.

A violência tomou o Iraque nesta terça-feira (19) com uma sequência de atentados, a maioria contra zonas xiitas de Bagdá.

No total, 17 carros-bomba e dois artefatos explodiram em vários bairros da capital como Kazamiya, Cidade de Sadr, Novo Bagdá, Huseiniya, Otaifiya e Zafaraniya.

Este último foi o bairro mais castigado, já que no local morreram pelo menos oito pessoas e dezenas ficaram feridas.

Além das explosões, foi registrada a queda de bombas e um ataque armado na capital.

Fora de Bagdá, explodiram dois carros-bomba em zonas situadas ao sul da cidade contra uma patrulha da polícia e uma base militar, em uma ação que matou dois soldados, dois agentes e três civis.

Além disso, na cidade de Mossul, morreram outros cinco policiais em três ataques diferentes, dois com explosivos e um com armas automáticas.

Guerra no Iraque completa dez anos

Em 20 de março de 2003, às 3h35 locais (20h35 do dia 19 em Brasília), mísseis Tomahawk atacaram uma fazenda no sul de Bagdá, onde, segundo as informações da inteligência, o então ditador iraquiano, Saddam Hussein, estava reunido com responsáveis políticos e militares.

Era o início de uma ocupação que durou mais de sete anos e que mergulhou o Iraque em uma espiral de violência sectária, devido ao desmantelamento do antigo aparelho de segurança.

Durante esse período, mais de 100 mil iraquianos, de acordo com a ONG Iraq Body Count, morreram, assim como 4.400 soldados dos EUA, que se somam às baixas de outros membros da coalizão internacional.

A situação não foi estabilizada após a retirada do exército americano, em 18 de dezembro de 2011, já que o país viveu um aumento da violência, que havia diminuído paulatinamente nos últimos anos da ocupação dos EUA.

Nos últimos meses, o Iraque foi palco de vários atentados contra os xiitas e as forças de segurança.

As recorrentes crises políticas e a corrupção no país também não colaboraram para a tão sonhada estabilidade, enquanto os cidadãos sofrem com a ausência de serviços básicos. (Com Efe)