Irmão já tinha visto acusado de estupro de jovens nos EUA com criança

Pedro Castro, 54, irmão de Ariel Castro, 52, acusado de sequestrar, estuprar  e manter três jovens em cativeiro por dez anos em Cleveland, Ohio (EUA), disse ter visto o irmão acompanhado de uma menina por duas vezes neste período. Ao questioná-lo sobre a criança, Ariel sempre dava respostas evasivas.

Pedro não detalhou se a criança era Jocelyn, a garotinha de seis anos que foi resgatada junto com as mulheres da casa de Ariel, no último dia 6.

Amanda Berry, 27, Gina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32, foram encontradas na casa do suspeito no bairro de West Side, em Cleveland, não muito longe de onde desapareceram entre 2002 e 2004. Segundo relato das vítimas, elas sofreram agressões, estupros e abortos durante os anos de cativeiro.

Segundo a polícia de Cleveland, a Jocelyn é filha de Ariel com Amanda. Ela teria nascido dentro de uma piscina inflável e Michele teria sido obrigada a ajudar a fazer o parto.

A afirmação de Pedro ocorreu durante entrevista concedida ao canal de TV CNN neste domingo (12), quando ele e o outro irmão do acusado, Onil Castro, 50, chamaram o irmão de ‘mostro’ e disseram ser favoráveis à sua prisão.

“Eu vi Ariel com uma menininha no McDonald´s e perguntei a ele quem era ela. Ele disse apenas que era uma amiga dele. Semanas depois eu o vi novamente com a criança no Burguer King e ao questionar onde estava a mãe dela, ele disse: ‘Ela teve que fazer alguma coisa. Eu tenho que ir”, contou Pedro.

Ao ser questionado de desconfiou de algo, o irmão mais velho disse que "não tinha ideia de que a criança fosse dele ou de Amanda [Berry]".

Uma das filhas de Ariel, Angie Gregg, disse também em entrevista à CNN, que seu pai lhe mostrou há cerca de dois meses uma foto de uma menina em seu celular, dizendo ser filha de uma amiga sua.

“Eu intui que ele tivesse, no máximo, uma filha ilegítima, sabe, que eu gostaria eventualmente descobrir quem era”, disse

Família de acusado chora e pede perdão

Irmãos se livraram de acusação

Inicialmente, Pedro e Onil foram presos junto com Ariel.No entanto, tanto os dois foram libertados mais tarde, já que a polícia não tem evidências de que participaram dos crimes.

Na entrevista à CNN, os dois disseram que não tinham ideia do que estava ocorrendo na casa de seu irmão.

"Seu eu soubesse que meu irmão estava fazendo algo assim, teria chamado a polícia em um minuto, porque isso não está bem", disse Pedro.

"Se eu soubesse, teria informado, ainda que fosse meu irmão", acrescentou.

Os irmãos afirmaram que nunca foram para além da cozinha da casa de Ariel, onde mantinha as três mulheres como reféns. Explicaram que seu irmão deixava o resto da casa com as cortinas fechadas e com a televisão e o rádio ligados para esconder os ruídos.

"Algo sempre tinha que estar ligado na cozinha. Assim eu não podia ouvir nada além do rádio ou da TV", disse Pedro.

Os dois afirmaram que enquanto permaneceram detidos estiveram separados de Ariel, mas Onil o viu ao menos uma vez.

Ariel disse a ele: "Onil, você nunca voltará a me ver. Te amo, irmão", relatou.

Acusado permanece detido

Ariel, um desempregado ex-motorista de ônibus de origem porto-riquenha, foi indiciado na quarta-feira por estupro e quatro sequestros, das três jovens que manteve como reféns por uma década, além de Jocelyn.

Ele permanece detido depois que um tribunal fixou uma fiança de US$ 8 milhões (R$ 16 milhões).

O promotor do caso disse que os investigadores repassarão todos os tormentos aos quais Ariel supostamente submeteu suas reféns com o objetivo de acrescentar novas acusações, incluindo algumas que podem levar à pena de morte.

Onil disse que estava particularmente horrorizado, já que sabia que Ariel e o pai de Gina DeJesus iam juntos às vigílias pelas desaparecidas, e abraçou sua mãe.

"Felix, eu sei que você está aí ouvindo e sabe que eu estava preocupado com sua filha, e não tinha a mais remota ideia de que isto estava ocorrendo", disse o irmão mais novo, segundo um trecho publicado no site da CNN.