Lakhdar Brahimi renuncia ao cargo de mediador da ONU na Síria

  • Reprodução/CNN

    Onil e Pedro Castro dizem em entrevista à TV CNN que o irmão Ariel Castro é um monstro e que deve apodrecer na prisão. Ariel Castro foi acusado de estupro e sequestro de três mulheres em Cleveland, Ohio

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NOVA YORK, 13 Mai 2014 (AFP) - O mediador das Nações Unidas e da Liga Árabe no conflito na Síria, Lakhdar Brahimi, renunciou ao cargo, informou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reconhecendo que não houve avanços para acabar com o conflito no país.

"É com profunda tristeza que (...) decidi aceitar o pedido de Brahimi de deixar seu cargo no dia 31 de maio de 2014", anunciou Ban de pé junto a Brahimi na sede da ONU em Nova York, acrescentando que ainda não escolheu seu sucessor.

Ban Ki-moon indicou que o sucessor de Brahimi ainda não foi escolhido. "Preciso de tempo para encontrar a pessoa que convenha", declarou.

Brahimi manifestou sua tristeza "ao abandonar seu posto, e a Síria, em uma situação tão ruim", enquanto Ban criticou o regime e a oposição do país por terem fracassado na busca por uma solução para o conflito, que já deixou centenas de milhares de mortos.

"Eu pedi insistentemente para que pensassem mais uma vez no futuro, é o país deles, o futuro deles", ressaltou o secretário-geral da ONU. "As Nações Unidas estão aqui para ajudar", acrescentou, reconhecendo: "Não fomos capazes de fazer progressos na direção de uma solução política para o conflito".

"Pensei que poderíamos chegar a um resultado, mas, devido às divisões, não conseguimos avançar em três anos" de guerra civil, criticou o secretário-geral.

Ban destacou a grande paciência e perseverança de Brahimi em uma missão classificada por ele de quase impossível. O mediador se reunirá nesta terça-feira com os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU.

Brahimi assumiu no dia 17 de agosto de 2012 o cargo de mediador na Síria substituindo Kofi Annan, que fracassou em sua missão de estabelecer um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes.

O diplomata argelino conseguiu organizar um encontro inédito entre o regime e a oposição da Síria, em Genebra, no início do ano. Mas, apesar de sua determinação, as negociações fracassaram após duas rodadas de diálogo.

Em abril, a Síria acusou as Nações Unidas de imporem obstáculos durante as negociações e chamou Lakhdar Brahimi de parcial e desonesto.

Fluente em francês e inglês, ele se tornou conhecido em 1989, contribuindo para o Acordo de Taef, que acabou com 15 anos de guerra civil no Líbano.

Enviado especial da ONU em vários pontos quentes ao redor do mundo, ele liderou a missão da ONU na África do Sul durante as eleições de 1994 que levaram Nelson Mandela ao poder, e foi enviado à guerra civil no Iêmen.

Pertence ao grupo dos "Elders" (anciãos), que reúne personalidades que trabalham pela solução de conflitos, como Jimmy Carter, Kofi Annan e Desmond Tutu.

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