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Nobel da Paz é nomeado primeiro-ministro interino do Egito

ElBaradei retornou ao Egito em 2010 para participar da oposição ao regime de Mubarak - AP
ElBaradei retornou ao Egito em 2010 para participar da oposição ao regime de Mubarak Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

06/07/2013 14h51

Mohamed ElBaradei foi nomeado neste sábado (6) primeiro-ministro interino do Egito, três dias depois de o exército derrubar Mohamed Mursi, anunciou o movimento Tamarod, que esteve na origem das manifestações contra o presidente islamita.

ElBaradei é ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz 2005, e prestará juramento ainda neste sábado. A agência estatal de notícias Mena indicou, por sua vez, que ElBaradei se reuniu mais cedo com o presidente interino, Adly Mansour.

Na terça-feira, a oposição, integrada, entre outros, pelo Tamarod, havia designado ElBaradei como seu representante durante a transição política após a expulsão de Mursi.

O mapa do caminho, elaborado pelo exército, pela oposição e pelos principais líderes religiosos do país, estabelece a nomeação de um governo interino "dotado de plenos poderes" antes da realização de eleições presidenciais e legislativas em uma data que ainda não foi informada. Ele irá prestar juramento ainda neste sábado (6).

Mohammed ElBaradei retornou ao Egito em 2010 para participar da oposição ao regime de Mubarak.

ElBaradei apoiou ativamente o levante contra Mubarak em janeiro e fevereiro de 2011 e depois se posicionou como uma das figuras chave do movimento laico e liberal que atualmente exige a saída de Mursi e a organização de eleições presidenciais antecipadas.

Na quarta-feira (3),  ElBaradei, qualificou o roteiro traçado pelo exército, que suspende a Constituição e afastava Mohamed Mursi da presidência, como um "passo rumo à reconciliação nacional".

ElBaradei, que acompanhou o chefe do Exército, Abdel Fatah al Sisi, e líderes religiosos na apresentação de seu plano, assegurou que "se corrige assim a Revolução do 25 de Janeiro", que derrubou Hosni Mubarak, e se responde às reivindicações do povo egípcio.

O prêmio Nobel da Paz, que tinha sido eleito pelos opositores para que lhes represente na etapa transitória, destacou que o plano é o "novo começo da revolução" e garante as eleições antecipadas e a reforma da Constituição.