Rússia anuncia pacote para transformar Crimeia em zona econômica especial
Em sua primeira visita nesta segunda-feira (31) à Crimeia, desde que a região foi anexada ao território da Rússia, o primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev afirmou que os residentes só têm a ganhar com a anexação. “Como resultado de fazer parte da Rússia, nenhum cidadão da Crimeia vai perder nada – eles só têm a ganhar com isso”, disse durante transmissão divulgada pela TV estatal da Rússia.
Medvedev chegou à Crimeia acompanhado de uma comitiva que, segundo o governo russo, vai se concentrar em estratégias de desenvolvimento econômico da região –incluindo a cidade de Sebastopol, que se tornou base da armada da Rússia no Mar Negro.
“Os cidadãos [da Crimeia] precisam entender que agora são cidadãos de um país poderoso”, afirmou Medvedev.
Durante reunião com autoridades da Crimeia, o primeiro-ministro russo garantiu que os salários dos funcionários públicos e pensões serão elevados ao nível de seus colegas da Rússia. O mesmo, disse Medvedev, valerá para o contingente militar.
Entre outras medidas anunciadas pelo premiê estão a isenção de impostos para empresas que se estabelecerem na região e programas de financiamento habitacional, além de uma revisão nos projetos de fornecimento de água. Pelo menos 90% da água, 80% da eletricidade e perto de 65% do gás fornecidos à Crimeia vinham originalmente da Ucrânia.
“O sistema de abastecimento de água é muito antigo”, disse Dimitri Medvedev. “Temos que garantir que os cidadãos da Crimeia recebam água potável. Vamos considerar os projetos existentes e escolher os que melhor se adaptam à região”.
Com as novas medidas, a Rússia espera transformar a Crimeia em uma região econômica especial. A Crimeia possui 2 milhões de habitantes e, além de sua passagem estratégica para o Mar Negro, não conta com uma economia desenvolvida e articulada. A agricultura ainda é a maior fonte de riqueza.
A visita de Medvedev à Crimeia acontece um dia após o encontro entre o secretário de Estado americano John Kerry e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov para debater a crise na Ucrânia.
Kerry disse ao ministro que o progresso das discussões depende da retirada das forças russas da fronteira com a Ucrânia, iniciada nesta segunda-feira (31). “Neste momento, será que é uma atitude inteligente concentrar tropas na fronteira quando se manda uma mensagem de que se quer mover na outra direção?”, comentou Kerry.
A Rússia possui aproximadamente 40.000 soldados próximo à fronteira com a Ucrânia e outros 25.000 que estão em estado de alerta, segundo autoridades americanas.
A Crimeia realizou referendo no dia 16 de março para anexação à Rússia –que até agora não foi reconhecido pelas nações do Ocidente, pois violaria a constituição da Ucrânia, país ao qual a região pertencia anteriormente.
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