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Relatório da ONU mostra táticas do Irã para burlar sanções

Do UOL, em São Paulo

12/05/2014 11h46Atualizada em 12/05/2014 11h48

Um novo relatório confidencial de um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) desvendou alguns métodos do Irã para burlar sanções - desde esconder tubos de titânio dentro de canos de aço até utilizar sua indústria petroquímica como fachada para obter itens para um reator nuclear, informou nesta segunda-feira (12) a agência de notícias Reuters.

O mais recente relatório do Painel de Especialistas da ONU, que monitora a conformidade com as sanções aplicadas pelo Conselho de Segurança ao regime do Irã, disse que as tentativas de Teerã de ilicitamente procurar materiais para seus contestados programas nuclear e balístico podem ter desacelerado, à medida que o país busca negociações para um acordo de longo prazo com potências mundiais.

Mas o relatório, que chegou ao comitê do Conselho de Segurança que fiscaliza as sanções poucos dias antes de uma nova rodada de conversas em Viena entre o Irã e seis potências mundiais, disse que uma explicação alternativa poderia ser que o governo iraniano meramente aprendeu a enganar os serviços de segurança e inteligência quanto à aquisição de componentes e materiais.

Um exemplo foi uma série de tubos de titânio escondidos em um carregamento de canos de aço inoxidável fabricados na China, que os enviou. Os canos foram encomendados pela Ocean Lotka International Shipping and Forwarding Co., localizada em Teerã.

O relatório, visto pela Reuters, inclui uma foto de 10 tubos de titânio colocados dentro de canos de aço. O estudo não dá detalhes sobre as potenciais aplicações nucleares de tubos de titânio, apenas notifica que “a investigação do Painel sobre este incidente está em andamento”.

Embora tais práticas não sejam necessariamente ilegais, o Painel diz que Teerã pode utilizá-las para esconder o destino final ou os propósitos de uso.

“Em três casos inspecionados sobre o atual mandato, os nomes de agentes de cargas foram registrados na documentação no lugar de consignadores ou consignatários”, afirmou o relatório.

Outro exemplo dado por especialistas refere-se aos esforços do Irã nos últimos dois anos para obter válvulas alemãs e indianas para seu reator de água pesada em Arak, uma instalação que tem se mostrado um ponto difícil nas negociações nucleares de Teerã com as seis potências. Um caso envolvendo válvulas está atualmente sob investigação na Alemanha, segundo o Painel. (Com a Reuters)