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Relatório aponta aumento de transações financeiras suspeitas no Vaticano

Do UOL, em São Paulo

19/05/2014 10h17Atualizada em 19/05/2014 10h23

O Vaticano denunciou 202 transações financeiras suspeitas durante o ano de 2013 à Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé (AIF), indicou nesta segunda-feira (19) o diretor do organismo vaticano que garante a transparência financeira interna.

Apenas cinco dos casos relatados foram encaminhados ao Ministério Público do Vaticano, informou em uma coletiva de imprensa o diretor do AIF, o suíço René Brülhart.

A agência, criada pelo papa Bento 16 para prevenir e combater a lavagem de dinheiro sujo e o financiamento do terrorismo nas instituições financeiras do Vaticano, entrou em ação em 2011 e a cada ano deve apresentar um relatório sobre as suas atividades.

O número de casos notificados multiplicaram desde que a entidade começou a operar, passando de 1 a 6 em 2012 para 202 em 2013.

"Isso não quer dizer que houve um aumento das infrações, mas que melhoramos o sistema de sinalização. Há mais consciência", disse Brülhart.

"Devemos distinguir entre suspeita e prova. Um caso é relatado como suspeito quando não cumpre alguns dos parâmetros estabelecidos" pelas normas internacionais, acrescentou.

O elevado número de casos tem sido atribuído ao novo sistema de controle, mais grave e eficaz, dentro do Instituto para as Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano.

"Em 2013, demos passos decisivos para melhorar os instrumentos legais e, ao mesmo tempo, para torná-los efetivamente operativos", disse Brülhart.

Desde que assumiu seu pontificado, em março de 2013, o papa Francisco determinou uma reforma nesses organismos, implantou novas regras e criou comissões para monitorar as operações das entidades. (Com agências de notícias)