Nome 'proibido' impede menina de ter passaporte na Islândia
Harriet Cardew, 10, teve seu pedido de passaporte negado na Islândia porque seu nome não está incluído na lista de nomes aprovados pelo país, informou nesta segunda-feira (30) o site The Huffington Post.
Pais de bebês nascidos na Islândia podem escolher somente entre os 1.853 nomes femininos e 1.712 nomes masculinos permitidos. Até seis meses antes do nascimento da criança, o nome escolhido deve ser apresentado a um comitê do Registro Nacional, que aprovará ou não a escolha. Apenas em casos em que ambos os pais são estrangeiros o nome não precisa passar por aprovação.
A lei que controla os nomes islandeses tem como objetivo preservar o idioma do país. O nome escolhido deve estar de acordo com a estrutura linguística da Islândia e seguir a gramática islandesa. Esse é o problema de Harriet: seu nome não pode ser conjugado na Islândia, segundo explicou o pai da menina, Tristan Cardew, ao jornal britânico "Guardian".
Cardew nasceu no Reino Unido e há 14 anos vive na Islândia, onde se casou com a islandesa Kristin. Lilja e Belinda, dois dos quatro filhos do casal, têm seus nomes nos passaportes, porque nasceram na França. Mas Harriet e seu irmão Duncan, 12, nasceram na Islândia e não tiveram os nomes aprovados pelo comitê, sendo nomeados como "Menina" e "Menino" em seus passaportes atuais.
Mas agora o governo negou o pedido de renovação do passaporte de Harriet, o que pode ameaçar os planos de férias da família, que vive na capital islandesa, Reykjavik, e pretende viajar para a França.
Para driblar o problema, os pais de Harriet entraram com um pedido de emergência junto à Embaixada do Reino Unido para que a garota tenha um passaporte britânico.
De acordo com o "Guardian", das cerca de 5.000 crianças nascidas na Islândia anualmente, o comitê de nomes do Registro Nacional recebe em torno de cem pedidos de aprovação e rejeita metade deles.
A ideia de um país que controla os nomes de seus cidadãos pode parecer estranha, mas não é exclusividade da Islândia. De acordo com o Huffington Post, países como Itália e Alemanha também possuem restrições e não permitem o uso de nomes comuns nos Estados Unidos, como Anderson e Tom, por exemplo.
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