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Nome 'proibido' impede menina de ter passaporte na Islândia

Do UOL, em São Paulo

01/07/2014 13h55

Harriet Cardew, 10, teve seu pedido de passaporte negado na Islândia porque seu nome não está incluído na lista de nomes aprovados pelo país, informou nesta segunda-feira (30) o site The Huffington Post. 

Pais de bebês nascidos na Islândia podem escolher somente entre os 1.853 nomes femininos e 1.712 nomes masculinos permitidos. Até seis meses antes do nascimento da criança, o nome escolhido deve ser apresentado a um comitê do Registro Nacional, que aprovará ou não a escolha. Apenas em casos em que ambos os pais são estrangeiros o nome não precisa passar por aprovação. 

1.jul.2014 - Harriet Cardew teve passaporte negado por não ter nome aprovado na Islândia - Tristan Cardew/Reprodução - Tristan Cardew/Reprodução
Harriet Cardew, 10, teve passaporte negado na Islândia
Imagem: Tristan Cardew/Reprodução

A lei que controla os nomes islandeses tem como objetivo preservar o idioma do país. O nome escolhido deve estar de acordo com a estrutura linguística da Islândia e seguir a gramática islandesa. Esse é o problema de Harriet: seu nome não pode ser conjugado na Islândia, segundo explicou o pai da menina, Tristan Cardew, ao jornal britânico "Guardian". 

Cardew nasceu no Reino Unido e há 14 anos vive na Islândia, onde se casou com a islandesa Kristin. Lilja e Belinda, dois dos quatro filhos do casal, têm seus nomes nos passaportes, porque nasceram na França. Mas Harriet e seu irmão Duncan, 12, nasceram na Islândia e não tiveram os nomes aprovados pelo comitê, sendo nomeados como "Menina" e "Menino" em seus passaportes atuais.

Mas agora o governo negou o pedido de renovação do passaporte de Harriet, o que pode ameaçar os planos de férias da família, que vive na capital islandesa, Reykjavik, e pretende viajar para a França.

Para driblar o problema, os pais de Harriet entraram com um pedido de emergência junto à Embaixada do Reino Unido para que a garota tenha um passaporte britânico. 

De acordo com o "Guardian", das cerca de 5.000 crianças nascidas na Islândia anualmente, o comitê de nomes do Registro Nacional recebe em torno de cem pedidos de aprovação e rejeita metade deles.

A ideia de um país que controla os nomes de seus cidadãos pode parecer estranha, mas não é exclusividade da Islândia. De acordo com o Huffington Post, países como Itália e Alemanha também possuem restrições e não permitem o uso de nomes comuns nos Estados Unidos, como Anderson e Tom, por exemplo.