Policiais disfarçados espionaram família de Jean Charles Menezes, diz jornal
Policiais disfarçados espionaram familiares de vítimas de brutalidade ou negligência da guarda metropolitana de Londres, no Reino Unido, segundo o jornal “Guardian”. Entre eles estariam parentes de Jean Charles Menezes, brasileiro morto pela polícia britânica em 2005 ao ser confundido com um terrorista.
As famílias de Jean Charles de Menezes, Cherry Groce e Ricky Reel foram informadas pela Scotland Yard de que tinham sido alvo de “monitoramento inadequado”. O relatório com as informações será divulgado nesta quinta-feira (24) pela polícia britânica, afirma o jornal.
A Scotland Yard alega, no entanto, que as famílias não foram alvo de operações específicas de espionagem. A autoridade informou que “informações sobre elas foram coletadas e guardadas inadequadamente” por agentes infiltrados em grupos políticos.
A revelação da espionagem vem à tona junto com a conclusão de uma investigação no Reino Unido sobre a falta de respeito a regras e leis no uso de policiais disfarçado pelo SDS (sigla em inglês para Esquadrão de Demonstração Especial) da guarda metropolitana.
Cherry Groce foi morta em 1985 com um tiro dado por um policial que fazia buscas na sua residência. A morte dela fez eclodir na época uma série de protestos nas ruas e levou o chefe da guarda metropolitana londrina a fazer um pedido público de desculpas.
Ricky Reel foi morto aos 20 anos em 1997 supostamente após ser atacado por racistas. A guarda metropolitana, na época, afirmou que a morte tinha sido acidental. A família de Reel, desde então, critica as autoridades, acusando-as de não levarem as investigações adiante pela vítima ser um descendente asiático.
A mãe do jovem, Sukhdev Reel, disse ao “Guardian” que ficou chocada ao saber que o SDS tinha informações sobre seus passos em dez relatórios diferentes. A Scotland Yard não teria explicado a ela, no entanto, o teor dos relatórios.
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