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Brasil melhora em ranking sobre corrupção em ano de escândalo da Petrobras

Torcedor exibe cartaz em protesto contra a corrupção durante a Copa das Confederações, em 2013 - Ronald Martinez - 22.jun.2013 - /Getty Images
Torcedor exibe cartaz em protesto contra a corrupção durante a Copa das Confederações, em 2013 Imagem: Ronald Martinez - 22.jun.2013 - /Getty Images

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

03/12/2014 02h00Atualizada em 03/12/2014 12h37

Em meio a um dos maiores escândalos de corrupção da sua história envolvendo a Petrobras, o Brasil melhorou três posições no ranking sobre a percepção da corrupção no setor público divulgado nesta quarta-feira (3) pela ONG Transparência Internacional. De acordo com o ranking, neste ano o Brasil ocupa a 69ª colocação em um ranking que avaliou 175 países e territórios. Apesar da melhora, o Brasil continua atrás de países como Chile, Uruguai, Ruanda e Botsuana. O diretor para Américas da ONG, Alejandro Salas, diz que a posição brasileira é uma “vergonha”.

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O ranking da ONG Transparência Internacional é feito a partir de pesquisas que avaliam a percepção dos entrevistados em relação à corrupção no setor público. A pesquisa deste ano foi feita com base em questionários aplicados a participantes de 12 instituições internacionais como Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e Banco Africano  de Desenvolvimento.

Entre as perguntas feitas aos entrevistados estão questões como: “em que medida os agentes públicos são impedidos de utilizar suas posições em proveito próprio?”; "em que medida os agentes públicos que cometem abusos por conta de suas posições são processados e punidos?”; e “em que medida o governo contém a corrupção efetivamente?”.

As notas dadas aos países variam de 0 (mais corrupto) a 100 (menos corrupto). Em 2014, o Brasil obteve a nota 43, apenas um ponto a mais que a obtida em 2013, quando o Brasil ficou com 42 pontos. A Dinamarca foi a melhor colocada no levantamento, e a Somália, a pior.

O aumento da nota, no entanto, permitiu que o país saísse da 72ª posição no ranking e chegasse à 69ª. A subida, porém, não merece ser celebrada, diz Alejandro Salas. “Não há razão para celebrar. Pelo contrário, eu gostaria de dizer que o que nós observamos hoje no Brasil é uma imobilidade e para o Brasil isso não é uma boa notícia. Estar na parte debaixo do Índice de Percepção da Corrupção é uma vergonha”, disse Salas.

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Enquanto o Brasil só subiu um ponto, alguns países subiram cinco: Costa do Marfim, Egito e São Vicente e Granadinas. Já Afeganistão, Jordânia, Mali e Suazilândia tiveram aumento de quatro pontos. Os países cujas notas mais caíram foram: Turquia (5 pontos); e Angola, China, Malawi e Ruanda (4 pontos).

De acordo com a entidade, o ranking não indica o nível de corrupção ou a quantidade de dinheiro desviado nos países avaliados. Como a corrupção envolve uma série de atividades ilegais e difíceis de serem monitoradas, a melhor forma de medi-la é avaliar como diferentes instituições "percebem" a corrupção no setor público, explica a instituição.

Para Alejandro Salas, o Brasil deveria "liderar pelo exemplo" na medida em que demanda uma melhor posição geopolítica no mundo. “O Brasil deveria liderar pelo exemplo e ser uma referência para outros países na América Latina e fora dela. Eu insisto: mais um ano sem real ou substancial melhora é uma perda de tempo e é ruim para o Brasil”, explica.

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BRICs

De acordo com o ranking divulgado nesta quarta-feira (3), o Brasil é o segundo país com a melhor percepção sobre corrupção no setor público dos BRICs, grupo de economias emergentes composto por Brasil, Índia, China, África do Sul e Rússia..

A África do Sul é o melhor país dos BRICs no ranking da Transparência Internacional, na 68ª posição. Logo depois vem o Brasil (69º), Índia (85º), China (101º) e Rússia (141º).

Topo e base da pirâmide

Entre os países com a menor percepção sobre corrupção no setor público de acordo com o ranking da ONG Transparência Internacional estão: Dinamarca (1°), Nova Zelândia (2º), Finlândia (3°), Suécia (4º), Noruega (5º), Suíça (6º), Cingapura (7º), Holanda (8º), Luxemburgo (9º) e o Canadá (10º). Este é o terceiro ano consecutivo que a Dinamarca lidera o ranking.

No “final da fila” estão Eritreia (166º), Líbia (167º), Uzbequistão (168º), Turcomenistão (169º), Iraque (170º), Sudão do Sul (171º), Afeganistão (172º), Sudão (173º), Coreia do Norte (174º) e Somália (175º).