Em vídeo, Estado Islâmico destrói antiguidades no Iraque
Militantes do Estado Islâmico no norte do Iraque destruíram uma coleção de estátuas e esculturas que datam da era Assíria, de valor incalculável, de acordo com vídeo publicado pelo grupo na internet, informou a agência de notícias Reuters.
O vídeo mostra homens destruindo com marretadas os artefatos, alguns dos quais identificados como antiguidades do século 7 a.C. O argumento é de que eles seriam símbolos de idolatria.
"O profeta ordenou que déssemos fim a estátuas e relíquias", um homem não identificado diz no vídeo.
Muçulmanos, essas relícias que vocês veem são ídolos que eram idolatrados nos séculos passados no lugar de Alá", afirma ainda.
Os artigos destruídos parecem vir de uma coleção de um museu de antiguidades na cidade de Mosul, que foi conquistada pelo EI em junho do ano passado.
Entre as peças quebradas estão touros alados de Nínive e Nimrud e estátuas de Hatra, uma cidade do norte do Iraque com 2.000 de idade, segundo a arqueóloga iraquiana Lamia al-Gailani,
Não é a primeira vez que os extremistas destróem bens culturais no Iraque.
Após invadirem a Biblioteca Pública de Mosul, eles destruíram pelo menos 8.000 manuscritos, documentos e livros raros, muitos deles registrados na lista de raridades da Unesco.
Entre os itens destruídos estariam uma coleção de jornais iraquianos do começo do século 20, mapas, livros e coleções do período Otomano.
Uma cena no vídeo mostra uma sala cheia de pedaços de estátuas, com músicas islâmicas tocando ao fundo.
Lamia al-Gailani, do Instituto de Arqueologia de Londres, disse à Reuters que os militantes causaram prejuízos incalculáveis. "Não é apenas o patrimônio iraquiano, mas do mundo inteiro."
"Eles não têm preço, são únicos. É inacreditável. Não quero mais ser iraquiana", afirmou ainda.
A arqueóloga comparou a destuição dos Budas de Bamiyan pelo Taleban no Afeganistão, em 2001.
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