Família de brasileiro desaparecido nas Bahamas acredita que grupo de 19 pessoas esteja preso
O mineiro Renato Soares de Araújo, 32, um dos 19 desaparecidos que tentaram entrar ilegalmente nos EUA, pelas Bahamas, tem um filho, Gustavo Barbosa, 5, e a mulher, Valdênia Barbosa, 28, morando em Danbury, no Estado de Connecticut (EUA), desde fevereiro deste ano.
Ela foi de carro até a fronteira do México com o Texas, EUA, com a criança. Foi detida e mais tarde liberada pelas autoridades migratórias. Com isso, pôde viajar pelos EUA até chegar a Danbury, onde mãe e filho foram acolhidos por outros brasileiros.
O marido, por sua vez, tentou sua entrada nos EUA pelo deserto, próximo à região de El Paso, também no Texas, mas foi preso por 60 dias pela migração norte-americana.
Foi deportado pelas autoridades norte-americanas e voltou para o Brasil em maio. Tentou novamente retornar aos EUA, em novembro, pelas Bahamas. Desde 6 de dezembro, porém, a família perdeu contato com ele.
Comida e acomodações excelentes
“Ele está preso, nas Bahamas ou em Miami, nos EUA. Esse barco nem chegou a sair da ilha de Nassau (Bahamas), onde eles estavam. A última informação, com o cara que levava ele, foi de que o barco não tinha saído”, afirmou nesta segunda-feira (26) a mãe do desaparecido, Lindaura Alves de Araújo, 62.
Ela reside com a família na zona rural de Sardoá (MG), município com 5.600 habitantes, distante 289 Km de Belo Horizonte e 66 Km de Governador Valadares, cidade mineira que se tornou célebre por exportar mão-de-obra para os EUA.
“Estou muito preocupada, mas sei que não houve naufrágio. O barco não saiu das Bahamas”, afirma a mãe do brasileiro desaparecido.
O pai de Araújo, Sebastião Soares de Araújo, 72, tem a mesma opinião. “A família toda está pensando do mesmo modo: ele está preso junto com os outros”.
O irmão do desaparecido, o empresário Henrique Soares de Araújo, 20, disse que manteve contato com ele, por meio de WhatsApp, até a manhã de 6 de dezembro, há 20 dias.
“Estava tudo muito tranqüilo. Conversamos, por voz e mensagem, muito tempo. Ele elogiava a comida e as acomodações. Dizia que eram excelentes e que parecia que estava de férias”, afirma o empresário.
“Não tenho dúvidas. Ele foi preso novamente”, disse o irmão do desaparecido.
Itamaraty
Em nota divulgada nesta segunda-feira (26), o Itamaraty informou que o governo brasileiro vem atuando no caso, informando ter recebido a primeira consulta por parte das famílias em 15 de novembro de 2016.
"Nessa data, familiares de brasileiros que viajaram para as Bahamas informaram a Embaixada do Brasil em Nassau de que haviam perdido contato com eles no dia 6 daquele mês", diz a nota.
"O Ministério das Relações Exteriores informou imediatamente a Polícia Federal, as autoridades migratórias, policiais e as guardas costeiras bahamenses e norte-americanas, e vem trabalhando em conjunto com essas instituições. Até o momento, não obtiveram informações sobre o paradeiro desses cidadãos e tampouco sobre a embarcação que supostamente os levaria para os Estados Unidos", afirma ainda a comunicação.
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