Plano de Trump para substituir Obamacare fracassa
O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira (24) que o líder da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, retirasse de pauta o projeto de reforma da saúde, após não conseguir os votos necessários para aprová-lo por dois dias seguidos. A medida representa uma importante derrota política para Trump, já que a substituição do Obamacare era uma prioridade de seu governo e sua primeira grande votação no Congresso.
Na noite de quinta, a oposição dentro de seu próprio Partido Republicano forçou o adiamento da votação do projeto. Hoje, Trump deu um ultimato aos congressistas, afirmando que, se não aprovassem o projeto, manteria o plano atual.
Mas, no momento em que estava prevista a votação, segundo fontes ouvidas pela mídia americana, o presidente recuou. Ele já havia sido informado por Ryan que não havia votos suficientes para aprovar a medida.
A substituição do Obamacare, cujo nome oficial é Affordable Care Act, foi uma das principais promessas de campanha do presidente republicano. Seu primeiro ato no poder foi assinar uma ordem executiva minimizando seu peso.
"Não vou embelezar isso: é um dia desapontador para nós", afirmou Ryan em coletiva após a decisão.
"Chegamos muito perto. Precisamos parar para refletir como chegamos a esse ponto e como podemos melhorar", acrescentou. "O presidente deu tudo de si nesse processo. Esse é um revés. Mas vamos fazer melhor."
"Deixar de ser um partido de oposição para um partido governista vem com dores de crescimento", afirmou Ryan, explicando que o partido vai tentar descobrir outra maneira de substituir o Obamacare. "Vamos continuar vivendo com o Obamacare pelo futuro próximo."
"O que aconteceu hoje é uma vitória para o povo americano, para os idosos, para as pessoas com deficiência", afirmou Nancy Pelosi, líder do Partido Democrata.
Mais tarde, em coletiva no Salão Oval da Casa Branca, Trump afirmou: a melhor coisa que podemos fazer, politicamente falando, é deixar o Obamacare explodir".
Rebelião
O maior empecilho para um acordo parece ter vindo do grupo ultraconservador Freedom Caucus (Caucus da Liberdade), de cerca de 30 congressistas da ala mais radical do Partido Republicano.
O grupo se recusou a apoiar a proposta na quinta e continua mantendo a oposição.
Para ser aprovada, a proposta legislativa necessita de 216 votos e, embora a maioria republicana conte com 237 cadeiras na Câmara dos Representantes, a rebelião interna dos ultraconservadores (cerca de 30 votos) poderia impedir a aprovação.
O presidente do Comitê de Apropriações da Câmara dos Deputados, o republicano Rodney Frelinghuysen, também afirmou nesta sexta não apoiar o substituto.
"Infelizmente, a legislação que está na Câmara hoje é atualmente inaceitável na medida que ela apresenta novos custos e barreiras significativas para meus eleitores em New Jersey", disse Frelinghuysen.
"Além da perda de cobertura do Medicaid para muitas pessoas em um Estado dependente do Medicaid, a negação de benefícios de saúde essenciais no mercado individual levanta sérias questões de cobertura e custos."
A atual proposta pretende recortar a expansão do programa de ajuda para as pessoas com baixos recursos, assim como retirar a obrigação de que as pessoas contratem um plano de saúde.
No entanto, o projeto mantém alguns dos avanços do Obamacare, como a obrigatoriedade de fornecer cobertura às pessoas que sofreram doenças no passado.
Os congressistas republicanos fizeram mudanças na lei para tentar convencer os rebeldes, mas o problema está em encontrar um ponto comum entre os ultraconservadores e os moderados.
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