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Diretor do FBI é demitido por Trump após depor sobre influência russa na eleição

JIM WATSON/AFP
Imagem: JIM WATSON/AFP

Do UOL, em São Paulo

09/05/2017 19h04Atualizada em 09/05/2017 20h56

A Casa Branca anunciou nesta terça-feira (9) a demissão do diretor do FBI, James Comey, dias após ele prestar depoimento sobre a investigação da organização sobre a influência da Rússia nas eleições nos EUA e as possíveis conexões entre Moscou e a campanha de Donald Trump.

A decisão despertou suspeitas de que o presidente estaria tentando interferir na investigação sobre a ação de Moscou em seu favor na eleição de novembro. Após o anúncio, políticos democratas insistiram para que Comey seja levado o mais rápido possível para depor sobre o status da investigação sobre a ligação entre Trump e o Kremlin até a sua demissão. Republicanos como o senador John McCain também criticaram o anúncio. McCain se disse "desapontado" com o anúncio.

Em nota, Trump afirma que a demissão de Comey "marcará um novo começo" para o FBI, e que a Casa Branca já iniciou as buscas por um novo diretor. O comunicado afirma ainda que a decisão foi recomendada pelo procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, que comanda o Departamento de Justiça.

"Embora aprecie muito que você tenha me informado, em três ocasiões distintas, que não estou sob investigação, concordo com o julgamento do Departamento de Justiça de que você não é capaz de efetivamente liderar o Bureau", afirmou Trump. "O FBI é uma das instituições mais apreciadas e respeitadas da nossa nação, e hoje marcará um novo começo para nossa joia da coroa da aplicação da lei", disse Trump em um comunicado.

Comey, 56, foi nomeado pelo ex-presidente Barack Obama para o posto do FBI em 2013 para um mandato de 10 anos. James Comey frequenta há três décadas os círculos de alto escalão de políticos e juízes, criando um escudo que muitas vezes pode enfurecer as autoridades judiciais e, inclusive, a Casa Branca.

O ex-diretor do FBI liderava o inquérito sobre supostas relações entre funcionários do Kremlin e membros da campanha de Trump. Em fevereiro, o presidente já havia acusado o FBI e a Agência de Segurança Nacional (NSA) de vazarem informações "ilegalmente" para a imprensa.   

Além disso, a polícia federal dos Estados Unidos também tinha sido criticada pelo republicano por ter inocentado a democrata Hillary Clinton no caso em que ela era investigada por usar servidores de e-mail particulares para enviar mensagens como secretária de Estado.

Hillary chegou a dizer na semana passada, antes do depoimento de Comey, que perdeu as eleições por causa do FBI, da Rússia e do Wikileaks, que vazou mensagens do presidente da equipe de campanha de Hillary, John Podesta, menos de uma hora depois de a imprensa divulgar um vídeo de 2005, no qual Trump falava de mulheres em um tom grosseiro.

Trump citou a investigação de Comey sobre os e-mails de Hillary Clinton para justificar a demissão, ainda que o presidente tenha sido amplamente visto como beneficiário do inquérito.

Em março passado, Comey ainda veio a público para negar as denúncias de Trump de que Obama teria mandado espionar a sede de seu império, a Trump Tower, em Nova York, antes das eleições. (Com agências internacionais)