Diante de líderes, Trump cobra países da Otan por "não pagarem o que devem"
O presidente norte-americano, Donald Trump, discursou nesta quinta-feira (25) na cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Bruxelas, na Bélgica, e cobrou publicamente os líderes para que invistam 2% de seu PIB em Defesa, como prevê o acordo do grupo.
Segundo Trump, o investimento é necessário para que os 28 países-membros da Otan possam combater o terrorismo e proteger suas fronteiras.
"Os membros da Otan precisam finalmente contribuir com sua cota justa e cumprir suas obrigações financeiras. Mas 23 dos 28 membros não estão pagando o que deveriam em Defesa. Isso não é justo com os cidadãos pagadores de imposto dos Estados Unidos", reclamou Trump.
"E muitas dessas nações devem quantias massivas de outros anos. Nos últimos oito anos, os EUA gastaram mais em Defesa do que todos os países da Otan combinados. Se todos os membros da Otan tivessem pagado pelo menos 2% de seu PIB em Defesa no ano passado, teríamos US$ 190 bilhões a mais para nossa defesa coletiva e o financiamento de outras reservas para a Otan", continuou.
"Temos que concordar que, com todas essas ameaças crescentes [de terrorismo], até mesmo 2% do PIB é insuficiente para preencher esse vácuo na modernização, prontidão e tamanho de nossas forças de segurança. Temos que compensar os anos perdidos", finalizou o presidente.
Durante a "bronca" de Trump, líderes da Otan, como o presidente recém-eleito da França, Emmanuel Macron, se entreolharam e conversaram entre si.
Trump falou durante alguns minutos perante os demais integrantes da entidade durante a apresentação de um monumento cedido pelos Estados Unidos em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e ao artigo 5 do Tratado de Washington, que se baseia na defesa mútua em caso de ataque exterior.Em sua fala, ele também voltou a chamar de "perdedores" os terroristas que organizaram o atentado que deixou 22 mortos após um show da cantora Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra, na segunda-feira (22). "Garotas inocentes e tantos outros foram horrivelmente mortos e feridos. Foi ambicioso, bárbaro. Todas as nações têm que se unir para combater esses assassinos. Temos que ser duros, fortes e vigilantes."
Também nesta quinta, a Otan anunciou que entrará formalmente na coalizão internacional que luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria e Iraque, pouco antes da primeira reunião de cúpula da organização com a presença de Donald Trump.
Há algum tempo Washington, que lidera a coalizão que executa ataques aéreos em apoio às ofensivas terrestres contra os redutos extremistas, solicitava a entrada da Otan na coalizão.
Mas países como França e Itália eram contrários, a princípio, à medida para evitar um desgaste da imagem da Otan, já prejudicada pelos bombardeios na Líbia em 2011 que deixaram uma recordação ruim nos países árabes.
Segundo o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, a entrada enviará uma "forte mensagem política de compromisso e de unidade na luta contra o terrorismo", mas isto "não significa que a Otan participará em operações de combate".
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