Onda de saques atinge casas abandonadas durante incêndio que chocou Portugal
Muitas pessoas que estão voltando aos escombros de suas casas na região devastada por um incêndio em Portugal estão encontrando um cenário ainda mais deprimente do que imaginavam. Muitas delas foram assaltadas, com os pertences que restaram tendo sido levados por bandidos.
"Quando cheguei aqui, na segunda-feira, encontrei a casa assaltada. O que vou fazer? Tenho de me calar", reclamou Germano Abreu, morador da aldeia de Castanheira da Pera, em entrevista à emissora RTP. De acordo com a reportagem da TV, ele teve um prejuízo total de 50 mil euros.
Funcionário da Câmara Municipal da cidade, Filipe Lobo criticou os bandidos. "Achamos ridículo. É uma falta de sensibilidade... [Os bandidos] são autênticos animais, que se aproveitam de uma tragédia dessas", afirmou, também à RTP.
A situação também tem preocupado os Bombeiros de Pedrógão Grande, outra região atingida pelo incêndio. "Houve grupos que sabiam que as aldeias tinham sido evacuadas e assaltaram essas casas”, disse à agência Lusa o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Carlos David.
O absurdo vai além, com falsos técnicos entrando nas casas para assaltá-las. "Existem falsos técnicos no terreno, identificados como voluntários, e que querem entrar dentro das casas das pessoas para ajudar e depois assaltam-nas”, continuou David.
O incêndio começou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e só foi completamente dominado ontem, quarta-feira, deixando pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos. O incêndio consumiu cerca de 30.000 hectares de floresta e destruiu milhares de casas na região.
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